Capítulo 15

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DIAS DEPOIS

Como Bárbara e Eduardo imaginaram, após saber da secretária, Fernanda passou a frequentar a empresa nos horários mais improváveis, talvez por imaginar que flagraria os dois fazendo algo comprometedor e por isso o casal precisava agir com cautela, tentando ser apenas profissionais na maior parte do tempo e namorando só no apartamento deles. Em um dia normal, havia passado uma noite mais em que Eduardo não conseguiu sair para ver Bárbara e ambos nem se aproximaram por algumas horas até a mulher precisar ir deixar alguns documentos na sala dele.

− Edu, o Gonçalo mandou você assinar isso aqui, depois é só escanear e me avisar que eu devolvo a ele por e-mail. – Bárbara explicou, colocando os papéis em cima da mesa.

− Obrigado. – Eduardo passou as folhas rapidamente, mas logo encarou Bárbara, que sorriu e ia saindo, e agarrou sua cintura.

− Ai, amor. – Bárbara falou manhosa, mas sorriu e deu um selinho em Eduardo.

− Eu quis tanto te ver ontem. – Eduardo se levantou sem soltar Bárbara.

Como sempre, Eduardo e Bárbara trocaram um beijo erótico, onde um acariciava a língua e o corpo um do outro. Mesmo precisando evitar fazer amor lá, para os beijos e mãos bobas eram impossível de se controlarem.

− A chata da sua mulher não vem hoje? – Bárbara perguntou quando pararam para recuperar o fôlego, ajeitando o colarinho da camisa de Eduardo.

− Sei lá, mas eu prometo que vou dar um jeito de acabar com essas visitas dela. – Eduardo suspirou, coçando o nariz.

− É bom mesmo, ela me trata como uma funcionária dela e não sua, pede água, biscoitinho, só falta pedir para eu tirar minha calcinha para ela usar. – Bárbara revirou os olhos.

− Eu imagino, amor, mas não vamos perder tempo falando dela. – Eduardo sorriu e voltou a beijar Bárbara.

Bárbara sorriu e retribuiu o beijo, sentindo Eduardo encostá-la à mesa e ficar no meio das suas pernas, acariciando sua cintura por baixo da blusa. Foi nessa hora que Fernanda chegou ao andar da sala do marido e estranhou quando não viu a secretária, mas deu de ombros, pensando se finalmente ela foi demitida. Ela foi procurar Eduardo e se chocou ao ver na brecha da porta o homem se agarrando com a morena feito dois animais em cima da mesa.

− Não pode ser, não pode ser. – Fernanda sussurrou já chorando e se afastou.

Fernanda caminhou por algum tempo de um lado para o outro. Sua maior vontade era de entrar naquela sala e expulsar Bárbara pelo cabelo, mas aí Eduardo e Gonçalo achariam ainda mais que ela era louca, portanto teria que dar outro jeito de prender o marido. E se desse um filho a ele? Não, isso não seria possível pelo seu pequeno problema no útero, o qual ninguém, nem mesmo seu pai, sabia, já que há muitos anos atrás ela resolveu ir ao médico para checar o porquê não conseguia pegar uma gravidez que o marido tanto pedia na tentativa de salvar o casamento, descobrindo que era estéril e resolvendo esconder de todos. O jeito seria descobrir um segredo grave de Bárbara que fosse o suficiente para afastá-la de vez de Eduardo, da empresa e se possível do país. Ela respirou fundo, colocando um óculos de sol no rosto e saindo rapidamente antes de ser percebida. Se antes vivia de olho no marido, redobraria o cuidado cautelosamente para esperar o momento certo de agir.

~ ♥ ~

À NOITE

Eduardo chegou em casa na madrugada após ter passado horas incríveis ao lado de Bárbara, onde jantaram comida japonesa e fizeram amor várias vezes. O único problema era ter que ir embora e deixá-la sozinha, mas isso ele já estava perto de conseguir resolver, pois Fernanda estava até melhorando de seus surtos, pelo menos era o que parecia. E por falar nela, foi quem encontrou na sala, no escuro, já pronta para dormir.

− Oi. O que faz acordada? – Eduardo perguntou confuso ao ver Fernanda sentada no sofá.

− Estava te esperando, meu amor. Não vai me dar um beijo? – Fernanda ergueu a sobrancelha.

Eduardo suspirou, indo até Fernanda e lhe dando um selinho rápido. Mesmo tendo que fingir, ele ainda sentia como se estivesse traindo Bárbara ao tocar na outra mulher e por isso tentava se manter o mais distante possível.

− E você, não vai reclamar porque cheguei tarde? – foi a vez de Eduardo de erguer a sobrancelha.

− Não, eu sei que você estava trabalhando como sempre. – Fernanda sorriu angelical e se levantou. – Vamos dormir?

Eduardo assentiu desconfiado. Fernanda parecia muito mais equilibrada do que ele a deixou naquela manhã e não tinha como a terapia ter dado resultados de uma hora para outra.

− Vai na frente, eu vou só tomar um copo de leite e já te encontro. – Eduardo falou.

Fernanda concordou e ia subindo pela escada, mas ouviu o celular de Eduardo tocando e parou, ficando escondida para escutar a conversa, achando ser Bárbara. Porém, na verdade era Fafá, o que fez o homem estranhar pelo horário da ligação, mas mesmo assim atendeu.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Oi, Fafá. Aconteceu alguma coisa? – Eduardo perguntou de cenho franzido.

Fernanda ficou confusa. Quem seria Fafá, outra amante de Eduardo? A única que ela conhecia era a dona de uma agência de modelos, mas a mulher já era uma senhora de idade e ela não acreditava que fizesse o tipo do seu marido.

− Eduardo, desculpa ligar a essa hora, mas queria me certificar de que a Bárbara não estaria por perto.

− Sim, acabei de sair da casa dela. O que houve?

Fernanda trincou os dentes. Eduardo nem disfarçava que estava com Bárbara, mas o que a tal da Fafá tinha a ver com ela? A conversa estava ficando interessante.

− Então, eu sei que você tem cumprido fielmente a promessa de me ajudar financeiramente, mas dessa vez eu fiz algumas dívidas extras, vou precisar de um pouco mais e não queria recorrer a Bárbara. Será que eu posso contar com você? – Fafá suspirou, fingindo estar envergonhada.

Desde que reencontrou Bárbara, Eduardo queria evitar que ela estivesse no meio de Fafá e seu antigo trabalho, apesar dela sempre visitar quem ela chamava de família e até ajudar com uma pequena quantia que o homem pedia para Fafá que exigisse pouco para que a mulher só se sentisse bem em dar dinheiro.

− Claro, você me envia o valor que está precisando por mensagem e amanhã bem cedo eu transfiro para a sua conta, pode ser? – Eduardo perguntou, passando a mão na nuca.

− Ótimo. Obrigada, eu sabia que podia contar com você. Juntos, podemos proteger a Bárbara de saber do nosso trato, não é verdade?

− Isso é o que mais importa para mim. Até mais, boa noite.

FIM DA LIGAÇÃO

Eduardo seguiu para a cozinha para tomar seu copo de leite. Quase sempre ele entendia que Fafá fazia uma espécie de chantagem com ele, mas agia como se não percebesse para evitar problemas, principalmente com Bárbara no meio. Fernanda finalmente foi para o quarto, ainda confusa com sua nova descoberta. O que Fafá teria a ver com Bárbara e por que pedia dinheiro a Eduardo? Qual a obrigação que ele achava que tinha com ela? O jeito seria descobrir sozinha, estava decidido, ela iria atrás de Fafá que conhecia para saber o que estava acontecendo, e se tudo desse certo, ela seria a pessoa por quem a ruiva procurava, pois aquilo podia ser o que ela precisava para afastar o casal de pombinhos. Ela viu o homem entrar no quarto e fingiu estar dormindo, o que ele agradeceu, suspirando e se deitando, pois estava exausto para continuar aguentando a esposa.

                                                                                          ~ * ~

Pronto, Fernanda descobriu sobre a existência de Fafá. Quanto falta para descobrir o resto? 😭

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