DIAS DEPOIS
Eduardo cumpriu fielmente a promessa que fez a Bárbara de não se aproximar mais dela que também sempre dava um jeito de não se manter na presença dele, o que deixava Fernanda satisfeita enquanto Gonçalo agia como se não percebesse. Em uma noite, Eduardo saiu do trabalho e resolveu dar uma passada no bar para tomar alguns drinques, mas logo voltou para casa, já que era dia de semana e ele estava até um pouco desanimado. Ao entrar, se deparou com Bárbara sentada no sofá, de costas para a porta e parecendo pensativa.
− Boa noite. – Eduardo falou.
Bárbara tomou um leve susto ao ouvir a voz de Eduardo e se virou, já pensando em alguma desculpa para sair da sala, mas enquanto isso manteve a educação.
− Boa noite. Estava trabalhando até agora? – Bárbara perguntou curiosa.
Bárbara se praguejou mentalmente. Por que raios ela tinha que mostrar interesse no que Eduardo fazia e pior, praticamente assumir que sabia a hora que ele saía e chegava de casa? O homem ergueu a sobrancelha ao percebê-la nervosa por uma simples pergunta.
− Hã, pergunto porque não ouvi a sua esposa dar um grito pela sua demora. – Bárbara explicou rápido e coçou a testa.
− Ela deve ter tomado os remédios, fizemos o combinado de que se eu não chegar na hora, ela mesma vai tomar os remédios e pelo visto está cumprindo. – Eduardo revirou os olhos, suspirando. – Eu fui dar uma volta, precisava esfriar a cabeça. E cadê o Gonçalo? – ele encarou Bárbara.
− Acabou de dormir, mas eu estou com um pouco de calor, vim tomar um ar. – Bárbara olhou as unhas.
Bárbara não queria dizer que desde que havia ido morar ali, a falta de sono era frequente na sua vida justamente por viver pensando em Eduardo mais que o normal.
− Entendo. Vou deixar você em paz. Até amanhã. – Eduardo foi saindo.
− Até. – Bárbara falou e continuou olhando por onde Eduardo ia.
De repente, Eduardo parou e se voltou para Bárbara. Pelo que se lembrava, ela sonhava em ter filhos, mas estava prestes a se casar com um idoso que já tinha uma filha e com certeza não estava em seus planos ter outro bebê àquela altura da vida.
− Bárbara, você não pensa mais em ter filhos?
Bárbara sentiu seu coração quase parar com a pergunta. Eduardo não havia acompanhado a parte em que aquele assunto se tornou um problema para ela.
− O quê? – Bárbara sussurrou.
− Sim, nós sempre sonhamos em ter filhos juntos. – Eduardo engoliu o seco ao se lembrar do passado. – Agora para você, esse sonho acabou? Digo, não precisa ser necessariamente comigo, mas eu quero saber se ainda é um sonho seu.
− Eu não quero falar disso, Eduardo. – Bárbara falou nervosa e se levantou.
Então Eduardo percebeu que desde quando ele e Bárbara se reencontraram, ela evitava falar sobre isso. Com certeza havia acontecido algo que ela nunca quis contar.
− Bárbara, aconteceu algo que você não quis me contar? – Eduardo se aproximou e segurou o braço de Bárbara.
Bárbara se soltou de Eduardo, virando-se de costas e começando a chorar. Ela nunca havia falado sobre aquilo com ninguém além de Fafá que viveu tudo com ela, mas talvez estivesse chegado a hora de desabafar com mais uma pessoa de confiança.
− Eu já fiquei grávida uma vez. – Bárbara falou com a voz embargada.
Eduardo paralisou. Ele não sabia muito bem como funcionava o antigo trabalho de Bárbara, até porque quando estava com ela, procurava se esquecer de que ela já havia sido de outros homens, mas sempre achou que as garotas de programa se preveniam de uma gravidez ou doença, por isso pensou na possibilidade dessa gravidez ter sido em sua primeira vez quando nenhum dos dois tinha experiência nisso.
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Amor De Quinta
RomanceRebeca Sanchez era uma linda moça de 15 anos prestes a conhecer o amor com o seu colega de classe Eduardo Juárez, até que a família do rapaz decide ir embora do país, separando assim o casal. Anos depois, grandes mudanças acontecem na vida da moça q...