Capítulo 9

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DIAS DEPOIS

Eduardo e Bárbara nunca mais tiraram o pensamento um do outro, não que isso já estivesse acontecido alguma vez, mas para ele, independente de quem ela fosse, causou a ele muitos sentimentos que ele nem se lembrava que existiam. Um dia, ele decidiu sair mais cedo e passar na rua onde Gonçalo disse que encontrou Bárbara, parando com o carro um pouco distante e a observando andar de salto e roupa provocante enquanto rodava uma bolsinha preta de mãos, indo e voltando pela calçada. O homem desceu do carro e caminhou a passos rápidos, chegando por trás dela.

− Rebeca.

Bárbara estremeceu ao ouvir a voz de Eduardo tão próxima outra vez. Como achou que ele não poderia encontrá-la se aquele era o seu ponto principal e Gonçalo sabia disso muito bem? Nada o impedia de falar sobre ela para o genro, afinal nem mesmo a conhecia.

− Por favor, me chame de Bárbara. – Bárbara sussurrou sem se mexer.

− Mas me diga se você não era a Rebeca Sanchez, a primeira mulher que eu amei e amo até hoje. – Eduardo puxou Bárbara para se virar para ele pelo braço.

Bárbara arregalou os olhos e entreabriu os lábios, surpresa pela declaração de Eduardo. Ele tinha se tornado um homem tão fino e um empresário famoso que ela achou ser insignificante para ele, principalmente depois dele ver até onde ela foi capaz de chegar.

− Você o quê?! – Bárbara conseguiu falar, ofegante.

− Eu te amo, eu sempre te amei e jamais me esqueci de você, então não adianta negar porque eu te reconheceria até se você estivesse pintada de ouro. – Eduardo falou firme, sem soltar Bárbara e tirar o olhar dela.

Bárbara abaixou a cabeça com lágrimas nos olhos. Realmente ela nem precisava mais negar, afinal Eduardo não a deixaria em paz até ela ceder.

− Já faz muito tempo. – Bárbara falou com a voz embargada.

− Sim, e eu jamais esperei encontrar você nessa situação. – Eduardo fez careta.

Bárbara levantou a cabeça, passando a ter raiva de Eduardo. Quem ele achava que era para julgá-la depois de tanto tempo se o que eles tiveram foi um simples namoro de adolescência?

− Muita coisa aconteceu desde que você foi embora e isso não te dá nenhum direito de me julgar. – Bárbara se soltou com brutalidade, colocando o dedo na cara de Eduardo.

− Tem razão, mas eu só queria entender o que levou uma moça de respeito, que sonhava em ser mãe, ter uma profissão e um lar a se tornar uma mulher de esquina. – Eduardo falou com desprezo.

Bárbara começou a chorar. Ela era acostumada a ser tratada como uma qualquer pela maioria das pessoas, tanto que nem doía mais, só que com Eduardo foi diferente e talvez por isso ela evitou de se aproximar dele, ser desprezada era pior do que nunca mais vê-lo.

− Pois é, Eduardo, nem todo mundo teve a mesma sorte que você de entrar para uma família rica. – Bárbara riu irônica, enxugando as lágrimas.

− Você também não sabe o que aconteceu comigo. – Eduardo falou mais calmo.

− Exatamente, Eduardo, agora somos dois estranhos um para o outro, não me importa o que você faz da sua vida, assim como não deve ser da sua conta o que eu faço da minha! – Bárbara gritou, apontando para si mesma e para Eduardo. – O que também não faz sentido é eu estar chorando feito uma idiota porque o amor da minha vida voltou com nojo do que eu sou depois de anos em que pareceu nem se lembrar da minha existência. – ela falou mais baixo, desviando o olhar e chorando mais.

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