Bárbara trabalhava normalmente e Eduardo saiu da sala dele, sorrindo ao vê-la concentrada de costas para a porta, procurando alguma coisa em uma pilha de papéis.
− Amor, eu vou dar uma saída, um cliente me convidou para um almoço e eu preciso ir. Você pode tirar a tarde de folga, aproveite para se arrumar para um jantar especial. – Eduardo falou sorrindo.
− Hum, quer dizer que hoje tem surpresa? Está bem, meu amor, eu vou te esperar. – Bárbara retribuiu o sorriso.
Eduardo abraçou Bárbara por trás e apertou sua cintura, roçando o nariz e os lábios pela orelha e pescoço da mulher que se arrepiou e fechou os olhos, soltando um gemido involuntário. Era incrível como ela nem precisava de muito para se entregar a ele.
− Me dá um beijo? – Eduardo pediu baixo no ouvido de Bárbara.
− Alguém pode ver. – Bárbara respondeu no mesmo tom, ofegante.
− É rápido. – Eduardo falou, já virando Bárbara de frente para ele.
Eduardo atacou os lábios de Bárbara com fúria em um beijo intenso. Eles se arriscavam muito a serem flagrados, mas não podiam se controlar se passavam boa parte do dia juntos. Como dito, o beijo não durou muito, pois além de estarem em público, o homem precisava trabalhar.
− Até mais tarde, amor. – Eduardo acariciou o rosto de Bárbara.
− Até. – Bárbara deu um último selinho em Eduardo e ele se foi.
Bárbara guardou suas coisas na bolsa e desligou o computador para ir embora quando ouviu o barulho do elevador indicando que havia alguém chegando, mas nem teve tempo de se virar para ver de quem se tratava, pois Fernanda se aproximou batendo seu salto no piso e com a expressão debochada como sempre.
− Senhora, o seu marido acabou de sair. – Bárbara falou com um sorriso falso no rosto.
− Eu sei, querida, cruzei com ele lá embaixo, mas não deixei que ele me visse porque quero conversar com você a sós. – Fernanda falou metida e jogou o cabelo para trás.
Bárbara ergueu a sobrancelha. O que aquela maluca queria manter segredo de Eduardo com ela? Maldita hora em que era apenas uma secretária e não podia falar umas verdades na cara de Fernanda.
− Pois bem, em que posso ajudar? – Bárbara cruzou os braços.
− Eu sei que você e o meu marido mantêm um caso pelas minhas costas. – Fernanda foi direta.
Bárbara quase falou um palavrão em voz alta. Que ótima hora para Fernanda vir com aquele assunto, quando ela estava sozinha e sem querer, Eduardo, que inventou toda a história de mentir para a esposa, se safou de lidar com ela.
− Olha, eu não sei do que a senhora está falando, o seu marido já deixou bem claro que a nossa relação é estritamente profissional. – Bárbara mentiu e se apoiou na mesa atrás de si. – Em todo caso, acho que ele é quem lhe deve explicações. Com licença, já deu o meu horário. – ela forçou um sorriso e pegou a bolsa, mas quando ia saindo, Fernanda a puxou pelo braço.
− Espera aí que eu não acabei! – Fernanda falou alto. – Não adianta me enganar, eu soube de fontes seguras que você e o meu marido estão juntos e ele já havia me pedido separação porque estava apaixonado por outra mulher um pouquinho antes de você aparecer trabalhando aqui sendo que ele nunca precisou de secretária antes. Eu nem devia estar me preocupando, mas acontece que junto com isso, eu descobri mais coisas que você adoraria saber. – ela sorriu irônica.
− Me solta! – Bárbara se soltou de Fernanda com brutalidade, massageando o braço. – O que quer dizer? – ela franziu o cenho.
− Que eu conheci a tal da Fafá que agenciava os seus programas e ela me disse que o Eduardo paga por mês para continuar sustentando você. Se você acha que ele está com você por amor, eu sinto em lhe dizer, querida, você foi alugada para satisfazer os desejos dele e na hora que se cansar, ele vai te devolver como uma bela de uma mercadoria, o que acha? – Fernanda abriu um grande sorriso.
O coração de Bárbara se apertou. Sim, foi muito estranho Fafá ter aceitado tão fácil que ela fosse embora sendo que algumas das mulheres que rendiam bem menos que ela foram impedidas de se casarem para não influenciar no lucro da agência, além de também ser irônico que ela lhe cobrasse pouco dinheiro depois que saiu de casa. Mas ela foi bem clara quando recusou qualquer ajuda de Eduardo e se mesmo assim ele insistiu, foi como Fernanda disse, ele a alugou como se ela fosse um objeto. O único problema era que era inacreditável que o amor da sua vida, que sempre a tratou como rainha, foi capaz de agir daquele jeito pelas suas costas.
− Não, isso não pode ser, é mentira! – Bárbara gritou, começando a andar de um lado para o outro.
− Bem, você deve ter acesso às contas bancárias dele, isso é fácil, é só você checar. – Fernanda deu de ombros. – Eu espero que você aja com sabedoria depois de tudo isso, Bárbara, não é legal ficar com um homem que paga por você, ainda mais com o dinheiro da mulher oficial. – ela fez um biquinho e riu. – Adeus, querida. – ela saiu desfilando.
Bárbara encarou o computador já desligado. Realmente ela tinha acesso ao dinheiro de Eduardo para uma emergência, não custava nada ver se Fernanda falava a verdade ou estava só tentando causar discórdia entre eles, o que ela desejava fielmente que acontecesse, pois não sabia o que faria se estivesse sendo enganada. Ela deu a volta e se sentou na cadeira por trás da mesa, ligando o computador novamente.
− Liga, droga! – Bárbara gritou, esmurrando o teclado do computador e com as lágrimas queimando os seus olhos.
O computador finalmente carregou e Bárbara acessou as contas bancárias de Eduardo, trêmula. Ela passou os olhos pelos extratos dos últimos meses e lá estavam diversas transferências de altos valores para a conta pessoal de Fafá e da agência. A vontade da morena era de quebrar tudo, mas se controlou, afinal a empresa não era só dele e não tinha culpa dela ter se deixado ser mais uma vez uma menina iludida pelo amor de Eduardo.
− Cachorro, mentiroso. – Bárbara começou a chorar, imprimindo os extratos.
Bárbara se levantou e saiu, deixando tudo ligado, pois não queria correr o risco de outra pessoa chegar e ver o seu estado, já que ela não conseguia mais segurar as lágrimas. Ao invés de estar ansiosa para encontrar Eduardo para jantar e namorar como quase todas as noites, ela queria mesmo era esfregar aquela prova de traição na cara dele.
~ * ~
Alguma dúvida de que Fernanda ia passar tudo na cara de Bárbara??? 😐😭

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Amor De Quinta
Roman d'amourRebeca Sanchez era uma linda moça de 15 anos prestes a conhecer o amor com o seu colega de classe Eduardo Juárez, até que a família do rapaz decide ir embora do país, separando assim o casal. Anos depois, grandes mudanças acontecem na vida da moça q...