Capítulo 4.

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Os flashes faziam barulho a cada vez que a luz reverberava contra os itens espalhados na mesa extensa, posta no meio do estúdio.

Vegas ajustava a lente uma vez ou outra enquanto se aproximava, tentando captar os melhores ângulos dos objetos. Aquela câmera era uma das mais atuais possíveis, o que deixou o fotógrafo encantado com o instrumento.

Desde jovem, ele sempre gostou de tirar fotos, porém adquiriu sua primeira câmera apenas aos dezesseis anos, quando seus pais decidiram presenteá-lo com seu maior desejo em seu aniversário. Obviamente, o adolescente dentro dele, que desenvolvia um amor e admiração gigantes por fotografia, gritou euforia por dias. Sua primeira foto com ela havia sido de uma paisagem; a enorme árvore que tinha na frente da casa do pai com o céu azul e coberto de nuvens atrás. Era amador e até mesmo um pouco fora de foco, mas fez com que seu coração ficasse aquecido. Ele tinha descoberto uma grande paixão e se interessava cada dia mais por isso.

Aos poucos, conforme os anos estudantis foram passando e suas técnicas foram se aperfeiçoando, não demorou para que decidisse o que gostaria de fazer. Vegas não pensou duas vezes antes de entrar no curso de fotografia, descobrindo e estudando tudo por trás das belas imagens que costumava ver pela internet. Cada método e tipo, ele aprendeu. Não houve um único segundo em sua vida que ele tenha se arrependido dessa decisão. Pelo contrário, se sentia inteiramente feliz por estar tão satisfeito com a profissão que amava exercer.

— Wen, você pode colocar os outros que ficaram na caixa, por favor? — chamou o garoto que o observava do canto do estúdio, parecendo entretido demais em vê-lo.

— Claro, só um minuto. — ele sorriu amigavelmente, se aproximando e trocando os objetos que estavam em cima da mesa.

Por Dios… — Vegas resmungou baixo, passando a mão livre nos cabelos para jogá-los para trás. — Aliás, você sabe por que isso precisa ser fotografado?

— O senhor Saengtham disse que como a empresa é nova e não é conhecida na cidade ainda, é bom ter um catálogo inicial para ser apresentado às pessoas. Depois que as coisas por aqui começarem a ficar movimentadas, tudo será feito a partir da demanda dos eventos. — Wen explicou animadamente, colocando enfeites de cristal sobre a mesa. — Essas coisas parecem tão caras e chiques, será que vieram do Japão?

— Talvez, mas por via das dúvidas não mexa, eu tenho certeza que você levaria alguns meses para conseguir pagar isso de volta para eles. — riu, posicionando a câmera em frente ao rosto novamente. — O que você está sendo encarregado de fazer?

— Eu ocupei a posição de staff, mas por enquanto estamos apenas ajudando os outros que precisam, como eu estando aqui agora com você. — suspirou, curvando os lábios minimamente. — Pelo que vi, o Shin está ajudando os meninos com a parte da montagem e recebimento de mercadoria, e a Kimmi como assistente temporária do senhor Yoshida e o senhor Saengtham.

Vegas enrolou a língua na boca, tentando impedir uma risada. No fundo, ele estava com dó da pobre garota.

— Felizmente, quando os eventos começarem a ser organizados vamos poder fazer algo de verdade. Não que eu esteja reclamando de receber um salário apenas para ficar apreciando você fotografar, longe disso. — uma risada contagiante surgiu do mais novo, que se afastou um pouco para dar mais espaço para Vegas se mover.

Me di cuenta de eso. — Vegas soltou baixinho em um som anasalado, mas que continha divertimento. Conversar com Wen era animador, embora Leo fizesse isso acontecer com mais facilidade.

O silêncio se estendeu na sala depois do diálogo que tiveram, pois o Theerapanyakul gostava de se concentrar o suficiente para que apenas sentisse sua própria respiração e a câmera nas mãos. Ele amava aquela sensação de individualidade quando estava nessa posição, dando tudo de si ao que fosse fazer no momento, principalmente se isso envolvesse fotografar.

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