Siénteme | VegasPete

Capítulo 15.

O decorrer do dia havia sido incrivelmente agradável, tranquilo e explorador.

Após Pete conseguir encontrar uma tomada no quarto e deixar seu celular carregando, saiu para fora e conheceu os avós de Vegas. Como previsto pelo fotógrafo, ambos o receberam como sua mãe havia feito, calorosamente abraçando-o e lhe enviando sorrisos afetuosos enquanto Vegas introduzia a conversa entre eles, traduzindo de uma língua para outra. Davina, a avó dele, era uma senhora doce e muito calma, com uma personalidade totalmente contrária à de Sofía, que já havia se mostrado muito agitada e sem filtros. Julio, o avô de Vegas, era tão tranquilo quanto a esposa, porém tinha um pouco da animação da filha deles, um contraste que Pete achou adorável entre o casal. Eles eram todos muito receptivos e amigáveis, dispostos a conversar mesmo com as divergências do idioma que os impedia.

Pete havia gostado muito da culinária que tinha experimentado no almoço também, permitindo-se comer mais do que estava acostumado, fascinado com o quanto o sabor era excelente, possuindo a quantidade certa de pimenta e temperos. Vegas havia dito que o prato se chamava 'bandeja paisa', mas Pete não se atreveu a tentar pronunciar, se contentando em compreender que se tratava de um combinado de alimentos fortes, normalmente consumidos para recuperar energias. Sua família provavelmente deveria imaginar que haviam tido uma viagem cansativa.

Depois de prestar seu auxílio para eles na tentativa de ajudar em algo — sendo rapidamente dispensado, pois não queriam deixar um convidado fazer nada —, ele decidiu descansar um pouco, dormindo durante a tarde enquanto Vegas aproveitava o tempo para conversar com sua família e aproveitar a companhia deles.

O sol estava se pondo e a noite começou a marcar presença no céu quando Pete acordou. Aproveitando o barulho da conversa do lado de fora do cômodo, ele correu para o banheiro, tomando um banho relaxante e fazendo toda sua higiene pessoal, sendo o mais breve possível, secando o cabelo com a toalha que Vegas tinha deixado na cômoda horas atrás quando terminou.

Agora, de volta no quarto e tendo a sua própria toalha enrolada na cintura, ele estava ajoelhado na frente de sua mala, vasculhando o conteúdo dela enquanto balançava a cabeça incrédulo. Não adiantava de nada, no entanto. Sabia exatamente cada item que tinha colocado dentro dela, continuar bagunçando de um lado para o outro não faria peças diferentes aparecerem lá magicamente.

A porta do quarto se abriu, fazendo-o erguer a cabeça e encontrar Vegas de imediato, este que sorria para ele. Não pôde deixar de notar que o fotógrafo havia trocado de roupa também, agora com uma bermuda de sarja preta folgada, camiseta branca lisa e uma camisa carmesim com estampa floral aberta por cima. Seus cabelos eram um pouco fora de ordem e o rosto suave. Ele estava lindo.

— ¿Qué pasa, bebé? — ele se aproximou de seu corpo, tirando-o do seu torpor. Havia ficado olhando por tempo demais, o suficiente para sair de sua própria órbita. Contudo, ninguém poderia culpá-lo por aquele homem ser uma perdição iminente.

Pete torceu os lábios e jogou a camiseta que segurava na mão de volta na mala, formando um bico com as bochechas infladas.

— Eu meio que trouxe só roupas sociais e agora não tenho o que vestir. — respondeu, observando Vegas se sentar na ponta da cama, virado em sua direção para olhá-lo com atenção. — Acho que me equivoquei quando escolhi o que pôr na minha bagagem. Não pensei que seria tão quente assim aqui.

— Mas você está acostumado a usar essas roupas na Tailândia quase todos os dias. — Vegas inclinou a cabeça, estreitando os olhos para inspecionar o que tinha dentro da mala.

— Eu sei, mas é por trabalho. Além do mais, até então eu pensei que ficaria em Bogotá e estaria cercado de empresários ou qualquer tipo de executivo o tempo todo. — pontuou com desapontamento, se mexendo para manter a postura. Os joelhos estavam começando a doer por estarem pressionados no chão com seu peso.