Capítulo 17.

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Para o grande alívio e gratificação de Pete, o evento foi um sucesso.

Já faziam dois dias que havia voltado para a Tailândia e ainda conseguia sentir o alívio, felicidade e satisfação de seu trabalho duro sendo reconhecido, tão orgulhoso de si mesmo que não saberia pôr em palavras. Amava seu trabalho e confiava fielmente em seu talento para saber que era merecedor de todos os elogios que recebeu por seu projeto e organização em Bogotá. Ele jamais esqueceria daquela experiência tão maravilhosa.

A pequena equipe que formava com Vegas também fora de grande apreciação por sua parte, provando que eram bons ao trabalharem juntos. Eles conseguiram lidar bem com todas as coisas pendentes e até mesmo ajudaram um ao outro. Uma pequena sementinha de aceitação se espalhou pela cabeça do mais velho ao poder auxiliar o outro homem com as câmeras quando podia, já que seu trabalho estava completamente concluído ao decorrer do evento. Pete sabia que era incoerente, mas não pôde controlar aquela alegria tão insistente. Era ele quem estava perto de Vegas no momento daquela vez, e não outra pessoa.

Durante o extenso voo de volta para o seu respectivo país, novamente ele não se conteve para tocá-lo quando estava no avião. No entanto, diferentemente de cinco dias atrás, não tentou arrastá-lo para o banheiro. Pete simplesmente o beijou do seu assento e sorriu para ele como se fosse um adolescente de novo.

Dane-se, ele não se sentia culpado. Talvez devesse, mas ele não se sentia. Sua decisão estava tomada e nada o faria voltar atrás. Somente queria acabar com seu casamento o quanto antes e se agarrar ao homem que nunca deveria ter soltado.

Seus passos ecoaram no corredor da agência conforme se aproximava das salas, as botas denunciando sua chegada antes de qualquer outro aviso. Não podia negar que tinha sentido falta de usá-las quando estava na Colômbia.

Sua cabeça estava sobrecarregada de certa forma, ainda assimilando tudo que tinha deixado passar nas últimas semanas, a demora para perceber o que estava em sua frente. A maneira que havia usado a confiança de alguém que não merecia ser magoado por sua luxúria impulsiva. Francamente, não estava confiante em relação à conversa que teria com Ayan quando ele voltasse do Japão. Sabia que seria difícil lidar com a tensão densa que iria adorná-los naquele assunto, porém não podia continuar assim. Ele não queria continuar assim. Agora que sabia exatamente como se sentia, quem queria, e tinha certeza dos sentimentos de Vegas, nada poderia fazê-lo desistir.

Embora fosse deixá-lo chateado magoar Ayan, era melhor dessa maneira, o mais velho merecia alguém que pudesse dar a ele o que precisava e que o amasse de volta. Pete nunca seria capaz de tal coisa. O que fez nas últimas semanas fora o cúmulo do desprezível, não se orgulhava daquilo. Ele não suportava mais aquela vida dupla e todas as mentiras.

Havia outro homem em seu coração há anos, sem qualquer indício de sair. Ele não queria que saísse, de todo modo, conscientemente deixou que o sentimento aflorasse cada vez mais. Pete era de Vegas. Ninguém mais poderia tê-lo como ele tinha, com coração, corpo e alma. Cada átomo e nervo correspondia ao Theerapanyakul sem pestanejar. As dúvidas foram cessadas.

Suspirando fundo, o designer parou na frente da porta, encarando-a com um sorriso ladino por alguns segundos antes de empurrar a maçaneta, adentrando na sala, sua confiança irradiando em ondas enquanto a trancava com a chave. Ele exigia privacidade.

Assim que se virou para a figura sentada atrás da mesa, ao qual estava muito concentrado em seu laptop, Pete reprimiu um murmúrio de agrado, gostando mais do que imaginaria da visão de Vegas vestido com aquela camisa de botões branca e a calça preta. O contraste do tecido com sua pele era divino, destacando os belos cabelos pretos e olhos igualmente escuros. Sua postura e as mãos trabalhando rápido em digitar algo, aparentemente não notando sua presença na sala com o quão imerso estava em seu trabalho. Pete não deixou de pensar como era injusto ele ser tão atraente sem sequer precisar tentar.

Siénteme | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora