Capítulo 21.

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As estrelas ofuscaram o breu em sua bela noite de céu limpo. A lua parecia reverberar tanta luz que iluminava as calçadas. Era fascinante como se completavam, uma harmonia natural e encantadora.

Assim como a mão de Pete entrelaçada a de Vegas, onde seus dedos apertaram firmemente o contato que estabeleceram desde que saíram do restaurante poucos minutos atrás. Não havia ousado soltá-la nem por um segundo, mesmo quando tentou ajeitar a própria roupa com dificuldade, cedendo a deixar como estava. Ninguém poderia culpá-lo por isso, de qualquer maneira. Pete era grudado a Vegas de modo altamente resistente na maior parte do tempo, e gostava disso.

Ele se sentia parcialmente renovado também. Suas energias eram outras e agora sentia poder respirar sem restrições, uma sensação libertadora para algo tão básico da vida.

Três meses já haviam se passado desde o ocorrido e ele facilmente arriscaria dizer que estava lidando até que bem com sua nova vida, trabalhando nas inseguranças e traumas passados, tanto de sua adolescência quanto dos últimos meses. Não era fácil. Às vezes ele ainda tinha alguns pensamentos desagradáveis e indiscretos que tentavam ocupar sua mente para envenená-lo contra si mesmo, porém ele lutava contra isso, tão firme e convicto que era uma surpresa perceber como não era mais tão propenso a aceitar as maldades calado. Vegas também percebeu essa mudança, pois Pete parecia confiante toda vez que dizia lhe amar. Isso era bom, evolucional. O mais velho poderia não ser tão responsivo em todas as ocasiões, mas era um orgulho vê-lo enfrentando suas mágoas para melhorar.

Pete também havia procurado por terapia. Após conversar francamente com Vegas sete dias depois daquela situação pavorosa no aeroporto, e notar o quanto o mais novo lhe apoiava, ele aceitou buscar ajuda profissional para começar a se desvencilhar de seus medos e traumas. Verdade seja dita, estava sendo ótimo. Pete só havia tido cinco consultas até agora, mas acreditava fielmente que daria certo mais para frente, que seu processo de melhora seria gradual e lento, mas estava acontecendo definitivamente.

Cada parte de sua vida começava a se encaixar e era gratificante presenciar isso.

— Acho que a sua boca ainda está suja de sorvete. — disse Vegas, esgueirando-se para fitar o rosto de Pete. Eles andavam lado a lado sem direção, somente caminhando pela cidade tranquila e livre de pessoas ao redor.

Faziam anos desde a última vez que ambos tinham feito algo assim somente por fazer, para aproveitar a companhia de outro alguém abaixo do luar.

— Onde? — Pete ficou confuso, esfregando o polegar nos cantos dos lábios, procurando por qualquer resquício do doce. Ele realmente era como uma criança comendo sobremesas.

Vegas balançou a cabeça negativamente.

Ven aquí.

Acatando o pedido do fotógrafo, Pete se inclinou em sua direção, chegando mais perto dele, mas sem parar de andar. Antes que pudesse assimilar o que aconteceria, ele sentiu a língua molhada de Vegas lambendo o canto de sua boca rapidamente, rindo ao se afastar por sua surpresa com a atitude.

— Eu pensei que você fosse limpar! — repreendeu o Saengtham, tentando não sorrir pela maneira que o outro continuava rindo.

Oye, eu limpei. — ele ergueu a mão livre, passando a ponta dos dedos na pele do outro para secar qualquer resquício de saliva que tivesse ficado ali.

O rosto de Pete esboçou uma carranca, sua expressão de um gato irritado.

— Engraçadinho.

Ainda sorrindo, Vegas somente balançou a cabeça, afeiçoado com a reação do outro. Ele era tão adorável que aquecia seu peito em puro amor, cercado pela vastidão de sensações boas que estar com Pete lhe dava.

Siénteme | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora