Março/Abril de 1998
- Malfoy, eu...
Hermione parou, os braços pairando desajeitadamente sobre o local onde ela pretendia deixar cair a pilha de livros que eles cercavam. Ela olhou para baixo estupidamente, para a visão inócua e ainda assim completamente surpreendente de uma caneca de chá ainda fumegante descansando na mesa de madeira em seu assento habitual em frente a Malfoy.
- É só chá, Granger - ele disse rispidamente, sem parar de escrever.
Ela continuou olhando. Não parecia apenas chá.
- Er... certo.
Ela se sentou e tentou se concentrar em organizar seu espaço de trabalho como se nada de anormal estivesse acontecendo. Malfoy continuou fazendo anotações com bastante diligência. Talvez não fosse. Talvez fosse apenas chá.
Um minuto de silêncio se passou, no qual Hermione lançou olhares furtivos para as espirais de vapor saindo da xícara de chá à sua frente e se perguntou meio a sério se Lilá ou Parvati seriam capazes de adivinhar o significado dela para ela.
- Então, suponho que estamos quase terminando o trabalho de tradução - Hermione quebrou o silêncio quando não aguentou mais. - Embora eu não tenha certeza se realmente descobrimos o que isso significa em relação a Voldemort.
Malfoy suspirou e olhou para cima. Ele não poupou um olhar para o chá, embora tenha tomado um gole casual de sua própria bebida.
- Concordo - ele jogou os ombros para trás e estalou o pescoço de um lado para o outro, e Hermione se ocupou finalmente tomando um gole para não cobiçar.
- É simplesmente um livro infantil - disse ele, parecendo frustrado.
O contínuo mistério do legado de Dumbledore era suficientemente irritante para desviar sua atenção de Malfoy e seus ombros extraordinariamente largos, embora, infelizmente, Hermione sempre tivesse sido muito boa em multitarefas.
- Bem, talvez devêssemos procurar feitiços que possam revelar algum tipo de texto oculto no pergaminho? - ela ofereceu, franzindo a testa um pouco para suas anotações. - Nós realmente nos concentramos em traduzir as runas que parecem compor as próprias histórias, mas talvez o que quer que Dumbledore queira que vejamos seja algo totalmente oculto sob o disfarce de um livro infantil.
Malfoy soltou um gemido exasperado e jogou sua pena na mesa, inclinando sua cadeira nas duas pernas de trás para olhar para o teto.
- Isso soa como começar do zero.
- Bem, - ela respondeu, mordendo o lábio preocupada. - isso é verdade, mas não vejo o que adianta continuar procurando por traduções alternativas dessas runas quando sabemos que essas histórias são bastante comuns no mundo mágico.
Sua cadeira caiu suavemente no tapete e Malfoy pareceu resignado.
- Suponho que pesquisar a estrutura básica dos textos mágicos seja o próximo caminho a seguir, então. Talvez feitiços ou poções que as pessoas usam para criar diários mágicos e outros enfeites também, só para entendermos o básico primeiro.
Sua curiosidade acadêmica foi despertada com essas sugestões, e ela lembrou a si mesma severamente que este não era um projeto de pesquisa excitante, mas sim um componente importante para descobrir quaisquer instruções restantes que Dumbledore possa ter deixado para eles em sua maneira exasperantemente difícil. Ela engoliu outro gole de chá enquanto contemplava os próximos passos em potencial.
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Coisas Que Somos Jovens Demais Para Saber - TRADUÇÃO
RomanceHermione Granger foi convidada, e concordou, a fazer muitas coisas absurdas desde que soube que ela era uma bruxa, geralmente envolvendo Harry Potter. Essa longa lista incluía, em nenhuma ordem específica, o contrabando de dragões bebês, ser colocad...