Orphanage [L.S]

Seven

Sobre o cap anterior: SIM BESHA EU SHIPPO NED

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No meio da madrugada noto uma movimentação ao meu lado da cama, ele conforta-se debaixo dos edredons e apoia a cabeça em meu travesseiro, batendo sua respiração em minha nuca, fazendo os pelos de meus braços se arrepiarem, eu me viro dando de cara com seu rosto angelical quase adormecendo novamente.

- O que faz aqui, Lou? - Eu sussurro.

- Está tão frio. - Ele murmura quase impossível de entender.

Tiro os edredons de cima de mim e deixo que ele se cubra melhor, e ele o faz, deixando apenas seu rosto de fora com a boca entreaberta e os olhos suavemente fechados. O cabelo tão bagunçado e após alguns minutos de conforto e aquecimento eu descubro que ele já está a dormir novamente.

Passo a mão levemente em sua testa para tirar o cabelo de lá, tomando cuidado pra não acordá-lo. Ele não move nenhum músculo, então resolvo me atrever. Descanso os dedos em seu rosto, acariciando sua bochecha com meu dedão, ele parece um filhote de gato indefeso no qual eu tenho a obrigação de defender.

Ele continua sem se mover, a não ser por sua boca que abre um pouco, apenas alguns míseros milímetros, e observo em silêncio aqueles lábios esculpidos por Deus, tão perfeitamente moldados que lembram estátuas de cabeças criadas por gregos. Eles são maravilhosamente finos e atraentes como imãs.

Nesse momento, eu sinto que minha boca é um metal.

E o beijo, cautelosamente, apenas sentindo o toque frio de seus lábios levemente contra os meus, mas logo recuo, ele não pode acordar, em hipótese alguma.

Meu peito nunca esteve tão desesperado.

Volto a observa-lo, ele continua dormindo como um anjo, e fecho os olhos, tentando me por novamente em um sono profundo como estava antes, tentando por qualquer pensamento bom em minha cabeça para conseguir.

Eu com Louis. Eu abraçando Louis. Eu rindo com Louis. Eu beijando Louis...

- Acorde, Haz! - Sua voz fina ecoa enquanto um travesseiro vai contra minha cara, já está de manhã e me assusto por não lembrar que eu havia caído no sono.

- Não.

- Harry,Harry... - Ele repete meu nome balançando o travesseiro na sua mão em círculos. - Acho que não vai querer que eu te obrigue.

- Eu vou adorar ver você me obrigando. - Brinquei, sabendo o que ele faria em seguida.

- Você que pediu. - Ele saltou em cima de mim, agarrando meus pulsos contra o colchão e rindo, eu me debatia contra mas na verdade não fazia a menor questão que ele parasse. - Você vai acordar?!

- Nunca! - O irritei, e a brincadeira acabou virando um festival de gargalhadas escandalosas, ele ameaçou cuspir em mim após conseguir prender meus braços, para que eu não o impedisse.

- Oh, desculpem! - Ouvimos a voz de uma senhora vindo da porta do quarto, viramos imediatamente nossas cabeças, assutado, era Margaret, a moça da limpeza. - Eu pensei que estivessem na aula, garotos, estão atrasados.

- Nós... Já estávamos nos arrumando. - Eu disse levantando após Louis sair de cima de mim, Margaret nos encarava assustada, tanto quanto nós mesmos estávamos.

- Bom, melhor se apressarem. - Ela sai sem dizer mais nada.

Eu e Louis nos olhamos, sem poder conter a gargalhada. Então ele começa se arrumar, e eu o acompanho lembrando do que Margaret nos avisou, já matei muitas aulas ontem e hoje não posso abusar, só espero não encontrar Ed no caminho até a sala, ou o ruivo facilmente me convenceria a perder "apenas uma aula".