Fourteen

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Vcs n me abandonaram né?

N desistam de mim por favor, eu to realmente tentando

-x-

- Não acredito que vai ser colega de quarto do Ed agora. - Eu disse com um sorriso no rosto pela noticia, é realmente tranquilizante para mim saber que ele vai poder se aproximar mais de Ed, e seremos todos amigos. Eu realmente estou encarando a situação pelo lado bom, como ele havia me pedido para fazer.

Louis foi chamado por Elizabeth no dia seguinte de mim, ela repetiu as mesmas perguntas, mesmo sabendo que eu já o contei detalhe por detalhe, escondendo apenas - obviamente - os que tinham relação com o que eu o escondo.

Quando soube que ele estava na sala de Elizabeth senti uma pontada no peito, medo talvez. Seria o fim de tudo caso ela inocentemente o falasse a respeito da adoção, por achar que ele deve saber. Mas, por algum milagre, ela não tocou nesse assunto, soube disso quando o vi sair da sala com um sorriso triste, e os olhos marejados.

Caramba, ele estava tentando tanto ser forte e levar tudo no lado positivo, talvez eu fosse dramático demais, mas ver Louis não se irritar ou fazer escândalo por algo que obviamente não gostou é a prova de que ele apenas quer me ver bem com toda essa situação, me fazendo acreditar que ele também está bem.

- Sim, finalmente vou conhecê-lo melhor, como você o conhece. - Ele sorri enquanto pega das minhas mãos as malas que havia pedido emprestado do orfanato para levar suas roupas, estamos na porta do quarto de Ed, ele provavelmente organizou todo o quarto apenas para receber Louis, o ruivo é realmente uma pessoa maravilhosa.

- Louis! - O ruivo abre a porta nos assustando.

- Olá, Ed. - O pequeno garoto sorri, entrando timidamente no pequeno quarto no qual iria morar até o início da sua maioridade.

Eu o acompanho por trás, observando o quarto quase vazio.

- Hey Ed. - O cumprimento. - Você arrumou o quarto?

- Claro, não faço isso desde que dividia ele com alguém. - Ele tem um sorriso orgulhoso nos lábios, e envolvo seus ombros com meu braço, o trazendo pra perto de mim, e nos abraçamos.

- Cuide bem dele. - Eu sussurro em seu ouvindo enquanto vejo Louis pelo canto do olho mexendo em alguma coisa em cima da cômoda de madeira.

Nos soltamos para que eu me despeça de Louis, eu o abraço por trás enquanto ele estava distraído com um objeto qualquer de decoração que estava sob a cômoda de Ed, ele se espanta mas logo se deixa levar pelo meu carinho.

- Vou sentir muito sua falta. - Choramingo com o rosto enterrado em seu pescoço, e ele inclina a cabeça sob a minha em silêncio.

Nunca vou me acostumar a dormir sozinho em um quarto que antes era tão pequeno, mas agora vai ser tão grande com o vazio da sua companhia.

Deixo um beijo estalado em sua bochecha e ele vira-se para me abraçar, e me impressiono com a força que o faz, como se não quisesse me deixar ir.

- Vejo você amanhã no intervalo do almoço? - Ele pergunta sem me soltar, parece que tudo isso está sendo pior pra ele do que eu imaginei.

- Claro.

Ele me solta com um empurrão, e uma expressão assustada com um misto de um sorriso.

- Já é muito tarde! - Ele berra me empurrando pra fora do quarto. - Volte pro seu quarto, agora.

Eu rio e quando me dou conta já estou fora do quarto com a porta fechada, ainda rindo de algo que nem sei o que é, ele me deixa mais bobo que o comum, e é bom saber que há alguém que me faça sorrir sem motivo em meio a tantos problemas.

~

Já estou de volta ao meu quarto. Apenas meu. Isso soa tão solitário, o quarto é todo tomado por um silêncio, está tão vazio sem Louis, minhas roupas agora tem espaço de sobra na cômoda, mas à que custo?

Me jogo na cama que antes era de Louis, me lembro de todos os anos que dividimos esse quarto, antes as camas eram beliche, mas o orfanato fez uma mudança há alguns anos, deixando apenas duas ou três camas comuns por quarto.

Vivemos muitos momentos juntos nesse quarto, nessa cama. Há alguns anos nem mesmo podia imaginar que tantas coisas mudariam, que eu seria o último de todo o grupo a continuar nesse mesmo quarto.

Meu sentimento é de nostalgia, uma saudade única de tempos que infelizmente nunca voltarão. Eu era tão feliz e nem mesmo sabia, eu aproveitei muito meus amigos, mas se eu soubesse que tudo acabaria como está acabando, teria dado muito mais valor, não teria os deixado ir.

Mas eles são felizes, não são? Por que eu não sou? Não completamente. A felicidade é tão curta, enquanto a tristeza parece ser infinita, e muito mais intensa.

Eu queria uma família.

Eu quero uma mãe para brigar comigo e me ensinar lições de vida, me ensinar a ser um bom garoto. Eu quero um pai pra me ensinar a viver, me ensinar a jogar futebol, me levar para assistir um filme quando minha mãe disser que eu não posso. Eu quero um irmão ou uma irmã pra ter com quem brigar, pra disputar o amor de nossa mãe, pra conversar quando tudo parecer perdido. É pedir demais que eu tenha uma vida normal com uma família normal?

Mas é tão difícil de tomar decisões quando se está amando alguém.

Minha entrevista com a família é amanhã depois das aulas, e eu a farei.

E não, não contarei à Louis. Se tudo correr bem eu o contarei, ele me odiará, sentirá nojo de mim e nunca mais diria uma sequer palavra para mim, mas ao menos irei embora e não terei que conviver com o ódio de Louis corroendo meu coração aos poucos.

Se nada funcionar, ele nunca sequer saberá que eu tive uma entrevista, tudo correrá bem, e daqui há alguns meses ele irá para a universidade e quem sabe eu dê a sorte de conseguir outra entrevista após isso.

Deus, eu só quero mais tempo com ele.

É pedir muito?

-x-

Ta pequeno o cap mas eu juro que o próximo vai vir atirando em geral

Então aguardem, n vai demorar mt :)

O cap anterior teve pouco rendimento </3

Mas vi q vcs realmente gostam do que eu escrevo, e mano sério deu uma animada monstra então coraçãozinho inteiro dnv <3

Obg por tudo, beijão.

Orphanage [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora