Twenty Six

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Niall não parou de encher o saco o dia inteiro pois queria ir brincar na neve, então eu pedi gentilmente que Ed fosse levar a criança pra brincar, e ele o fez. Estive ocupado o dia inteiro arrumando o quarto de Gemma para receber nosso novo hóspede: Zayn. O garoto chegará ainda hoje e ainda não terminei totalmente o serviço. Esse quarto ficou parado no tempo por muitos anos, mas graças às ordens de Dona Anne de torna-lo o melhor lugar para o aconchego do meu amigo eu estou trabalhando como um escravo.

Tenho uma vassoura nas mãos e um pano de prato amarrado em meu cabelo para que os fios suados não caiam em minha testa. Nos últimos meses meu cabelo tem crescido muito.

Logo que termino o trabalho duro, deixo a vassoura e o pano em seus respectivos lugares, correndo logo em seguida para o banho mais longo e refrescante de toda a minha vida. Como posso estar tão suado em pleno fim de ano? Eu devia estar congelando.

Garantindo que estou devidamente bem vestido para o frio de fora, e que minha touca não vai sair voando da minha cabeça com qualquer vento que passar, eu chamo a atenção dos meninos sentados no sofá já prontos há um bom tempo.

Eles podiam ter me ajudado na limpeza do quarto, mas minha mãe exigiu que apenas eu o fizesse, pois eu que seria o anfitrião e todos os outros são convidados.

- Vamos? - Pergunto, jogando as chaves do carro do meu pai para Ed. Ele era o único de nós com permissão para dirigir, por ser o mais velho e por sua fofura ser usada para o mau. E também, claro que nos últimos meses ele tem feito algumas aulas de direção com minha mãe.

Os dois garotos levantam sem dizer nada, mas logo que estamos na porta da garagem eu e Niall corremos para garantir o lugar no banco da frente. Somos tão infantis. Infelizmente, o loiro conseguiu o lugar, e fez toda a questão de esfregar bem na minha cara esse fato.

Com o carro já fora da garagem, Ed põe um CD novo que ele comprou com os trocados que ganhou tocando violão na rua. Ele tem tanto orgulho do próprio trabalho, e se sente tão bem em lucrar - mesmo que pouco - com algo que ele ama tanto, que é a música. Ele garante que os melhores artistas surgem do pouco. O CD novo é do Paramore, uma banda meio emo que eu conheci há pouco tempo, as músicas são muito boas. Ele cantarola sem parar a música romântica que toca, enquanto Niall usa um violão imaginário.

- You are the only exception, you are the only exception... - Ed canta quase sem prestar atenção no trânsito, e quando paramos em sinal, ele vira-se sorrindo e diz: - Lembra quando eu disse que ia cantar pra você e pro Louis uma música sobre vocês?

- Acho que lembro. - Digo tentando juntar essa memória do meu cérebro.

- Eu já estou a escrevendo. Está muito boa, acho que posso ficar famoso com ela. - Ele sorri e volta a dirigir quando o semáforo fica verde, e logo de longe consigo avistar o aeroporto na linha do horizonte. É uma construção grande e moderna.

- Vou ser o primeiro a comprar seu CD. - Niall sorri, deixando Ed com um sorriso idiota no canto da boca.

Logo estacionamos em frente ao local, e entramos com os olhos famintos de curiosidade, nem eu e nem Ed nunca estivemos aqui, não sei quanto a Niall.

Pedimos ajuda para uma mulher com um crachá, ela nos direcionou para o outro setor, e se despediu nos deixando em frente à saída do desembarque. Meia hora depois, de muito tédio e ansiedade, logo algumas pessoas começaram a sair com malas nas mãos e expressões cansadas. Talvez o menino moreno que saiu de lá - puxando uma mala gigante e usando um cachecol por volta dos pescoços - fosse o mais animado de todas aquelas pessoas que desembarcavam.

Orphanage [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora