- Ganhei! - Louis grita animado e pulando sentado em cima cama da enfermaria, ele parece uma criança toda vez que ganha, fica tão feliz que eu faço questão de deixa-lo vencer apenas para ver o sorriso radiante brilhando em seu rosto. Eu havia trago um jogo de cartas que havia ganhado em uma doação de brinquedos que fizeram para o orfanato quando eu era criança, nós costumávamos jogar muito por volta dos meus 7 anos, sempre fui muito bom.
- Você está trapaceando! - Fingi estar indignado com suas quatro vitórias seguidas, arremessando com raiva as cartas na cama e fazendo bico.
- Você que não sabe jogar! - Ele sorri vitorioso, apontando para minha cara, de fato uma criança. - Eu disse que havia aprendido a jogar com o tempo.
- Nada haver! - Protestei - Sempre fui e sempre serei melhor que você, lide com isso.
- Não é o que parece....
- Lide-com-isso - Disse separadamente.
- Ah é? - Ele sorri como quem quer aprontar algo - Vamos fazer um acordo. Se eu ganhar na próxima...
- O que eu vou ter que fazer? - Menosprezei sua ideia, tentando imaginar os mais loucos micos que ele obrigaria a pagar, como beijar a bunda da estátua do fundador do orfanato ou correr cantando "I Will Survive".
- Vai ter que fazer tudo o que eu mandar por dois dias. - Ele sorri contando com sua vitória, a qual eu não deixaria acontecer.
- E se eu ganhar? - Tento pensar em algo pior do que qualquer desafio que ele poderia me propor.
- Eu faço o que você quiser. - Ele sorri no canto da boca, acredita fielmente que pode vencer mim jogando sério.
- Parece tentador.
- Realmente é.
- Gostei, eu topo! - Apertamos as mãos, a sua está gelada por conta da febre que ainda não havia passado totalmente, e me lembro que já fazem três dias de uso de antibióticos e eu mal vejo a hora disso tudo acabar ele finalmente poder voltar para o quarto, ter com quem dormir e não apenas o vazio do silêncio e o vento forte que bate na janela.
Começa o jogo, ele concentrado em suas cartas e eu nas minhas. Não vou deixa-lo vencer, não dessa vez, o garoto já havia se dado bem demais nas rodadas passadas e não seria com algo em jogo que isso se repetiria. Quero poder pedir o que eu mais desejo dele, mas eu sei que isso seria no mínimo estranho, apesar de eu estar decidido em conta-lo em breve sobre tudo, é difícil e eu sou absolutamente inseguro e medroso.
Niall diria que sou um frango por fugir dessa maneira de tudo o que pode dar errado, mas pra mim é apenas a melhor forma de não ter problemas, mesmo com um monte deles me rodeando incansavelmente o dia todo, tomando conta da minha mente e me preocupando, desse problema eu não posso fugir, ou eu fico ou eu sou adotado, não há uma terceira opção ou uma rota de fuga entre as duas.
- I'm the boss ass bitch! - Louis canta comemorando sua vitória novamente, e, agora, eu realmente estou indignado. Devo ter me distraído tanto que joguei a carta errada, algo deve ter sido mal pensado, mas não é possível que ele realmente tenha me ganhado. - Tudo bem, Haz. Vou ser bonzinho com você. Deite aqui e vamos conversar.
Ele apalpa o espaço vazio ao seu lado na cama e eu engatinho até lá, me deitando com o braço em volta de seus ombros, ele deita a cabeça em meu peito e entrelaça suas pernas nas minhas. A cama é apenas para uma pessoa e é realmente apertado com duas, mas não reclamo da proximidade de nossos corpos aquecendo um ao outro, e envolve minha barriga com seu braço e aperta, me trazendo para mais perto dele. Me sinto tão bem assim, como se nada mais fosse necessário para melhorar, e de fato não é. Nunca estive tão feliz em perder uma aposta.
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Orphanage [L.S]
Fiksi PenggemarHarry e Louis são colegas de quarto em um orfanato desde que se conhecem por gente. O amor entre ambos é recíproco, embora decisões tomadas os levem à separação. Mas o que Harry não sabe é que tudo o que está nos planos do destino há de acontecer. E...