Orphanage [L.S]

Forty Seven

Estou no carro com Louis dirigindo e seguindo a rota determinada pelo aplicativo que nos levaria ao campinho de futebol em que eu o farei voltar a treinar futebol. Sentado no banco do passageiro, murmuro baixo a música que toca na rádio e serve como a única coisa que ocupa nossos ouvidos no momento. Basicamente, eu meio que ignorei os avisos de Liam para tomar cuidado com a reaproximação com Louis, mas não tem problema já que eu não estou me iludindo ou criando qualquer tipo de sentimento maior, diferente do que meu querido amigo acreditou estar acontecendo.

Nessa manhã eu acordei deitado em cima do seu braço enquanto seu corpo ocupava quase mais da metade da cama e me empurrava sutilmente para fora. Nota mental: nunca mais dividir a cama com Liam. Eu pude levantar, tomar banho me arrumar e fazer todos os processos matinais sem maiores preocupações, já que Liam não estava acordando de maneira alguma. E ele realmente demorou para acordar hoje, só o vi de pé alguns minutos antes de eu sair. 

Durante o café da manhã, perguntei a Zayn e Ed se conheciam algum campo de futebol pela cidade que fosse possível chegar pra dar uma treinada. Eles não conheciam realmente, mas Zayn já havia ouvido falar de um que alguns famosos costumam alugar pra jogar um pouco. Foi então que peguei o endereço, aluguei em cima da hora e aqui estamos, apenas não contei a Zayn que coloquei em sua conta.

Diferente do esperado, Ed não mencionou sobre nossa conversa noite passada, muito menos Liam que estava apenas dormindo. O ruivo, antes de me ver saindo com Louis em direção à garagem, apenas me direciona um sorriso entre os dentes, balançando a cabeça como um aceno. Retribuo um gesto, me despedindo antes de fechar as portas. A discussão da noite anterior, com Liam, juntando com as falas de Edward se repetindo repetidamente em minha cabeça, tomam conta de todo o meu comportamento. Estou um tanto ansioso, batendo meus pés freneticamente, mas tentando não demonstrar.

Louis está vestindo chuteiras coloridas tão chamativas quanto um sinal de trânsito, enquanto o restante de sua roupa contém apenas shorts de esporte e uma camisa de um time que eu sinceramente não sei qual é. Me pergunto como ele tem essas chuteiras se nunca mais havia jogado desde o orfanato. Até que cai bem nele. Já eu, estou mais ou menos parecido, só que sem tanta preparação, não trouxe nenhuma roupa de exercício na mala, não que eu tenha muitas.

Já pisando no campo, nossos pés são recebidos por uma grama verde e bem aparada, parece um espaço grande demais apenas para nós dois. Começo a me perguntar se não foi uma má ideia não ter chamado o restante do pessoal, eles adorariam fazer tudo menos jogar nesse grande espaço. Mas já estamos aqui, então vamos começar. Louis tira uma bola de futebol nova em folha do banco de trás do carro.

- E agora? - Ele leva uma mão a cintura e com o outro braço envolve a bola junto a seu corpo.

O sol está extremamente forte e parece agredir com intensidade nossa pele exposta sem nenhum filtro solar, em compensação todo o campo é perfeitamente iluminado pelo sol da Califórnia. Não faz calor, já que tem muito vento, o suficiente para não permitir que nossos cabelos parem no lugar nem um segundo sequer e também fazer os tecidos de nossas roupas voarem como se tentassem fugir de nossos corpos. O espaço é amplo, mas não o suficiente para suportar algo como uma grande partida de futebol. Consigo imaginar perfeitamente algumas das famílias mais ricas e poderosas do estado trazendo seus filhos ou se reunindo aqui para algumas jogadas, já que o campo parece se adaptar também para o suposto futebol americano que eles tanto enaltecem por aqui.

- Que tal a gente fazer aquilo de você chutar e eu tentar impedir a bola de entrar no gol? - Sugiro depois de andarmos mais para o meio do retângulo de grama.

- Você quer dizer pênalti? - Ele ri debochado, erguendo uma das sobrancelhas.

- Que seja. - Tomo a bola de seu braço rápido o suficiente pra que ele não tenha tempo de reagir.