Thirty

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Ed Californiano:

Hoje é aniversário de alguém?

Talvez de um garoto de cabelo cacheado.

Ou será que estou enganado?

Eu:

Essa é a sua forma de dizer parabéns?

Ed Californiano:

Não. É essa...

PARABÉNS

Viu? Diferente né?

Eu:

Você é tão idiota. Saudades.

Ed Californiano:

É o meu dom

Você que nem agradeceu por eu ter lembrado

Eu:

Eu sei que Niall quem te avisou

Ed Californiano:

Você anda lendo nossas mensagens?

Eu:

Jesus! Não!

Sou novo demais pra ver o que vocês ficam conversando de madrugada.

Ed Californiano:

Você é tão idiota.

Eu:

É o meu dom.

Percebo uma atenção excessiva em mim de repente. Todos da sala me encaram e não parece ser de uma forma boa. Olho para frente da sala, o professor também, ele parece furioso. Bloqueio a tela do meu celular e escondo embaixo do meu caderno de anotações que está vazio. Niall, que está algumas cadeiras na minha diagonal, balança a cabeça em julgamento. Fala sério, como se ele fosse um santo.

- Sr. Styles, não é porque é seu aniversário que vou te dar permissão para usar o seu telefone celular durante a aula. -  O professor diz, carrancudo como sempre, alguns alunos riem, eu sinto meu rosto inteiro queimar. Não é vergonha, isso não, é ódio. Esse professor só quer me ferrar. Ele se aproxima em passos calmos até a minha carteira e levanta o meu caderno, tirando o celular debaixo dele. - Vou ficar com isso. Você pode pegar no final da aula.

Ele guarda meu celular na gaveta da sua mesa, sentando na sua cadeira e dando a ordem que fizéssemos os exercícios da página 30. Eu já fiz, há uma semana, ele devia me agradecer por ser um bom aluno. Eu poderia estar matando aula com os garotos mais velhos. Mas só estava respondendo a mensagem do meu amigo que não vejo há dois meses.

Alguém me entrega um papel todo amassado em forma de uma bola, eu abro com dificuldade, por medo de rasgar. Só falta agora o professor reclamar também de eu ter recebido uma mensagem da forma antiga, tipo pombo correio, como era na época dele.

Se fodeu. - Niall.

Olho para o loiro, que sorri sarcástico em minha direção. Às vezes eu me pergunto porque eu ando com Niall. Eu definitivamente não sei, mas eu não poderia desejar ninguém mais como melhor amigo. Quer dizer, eu não sou meu pai, eu não vou odiar Niall por ele ser tão ele. Amasso o papel e jogo no chão.

O alarme do fim de aula anuncia, claramente, o fim da aula. Todos pegam seus pertences e saem da sala o mais depressa possível, estou para fazer o mesmo, mas sei que não posso deixar meu celular aqui.

- Meu celular. - Digo ao chegar na mesa do professor. Ele me olha decepcionado.

- Harry, você é melhor do que isso. - Ele começa, antes de colocar o celular em minha mão. - Dá próxima vez, terei que chamar seus pais.

Orphanage [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora