Primeiro dia em um novo planeta.

509 51 7
                                    

Kenna

Papai me ligou minutos atrás, disse como está orgulhoso de mim por eu estar seguindo com a minha vida sem dar importância para o que a imprensa anda falando sobre ele. Não é fácil ignorar a imprensa. Ontem eu fui fotografada saindo do presídio, não demorou muito para que alguns jornalistas me seguissem em busca de informações. Bessie pediu para que eu os ignorasse, mas não pude ficar calada quando uma jornalista me perguntou qual era a sensação de saber que meu pai iria apodrecer atrás das grades depois do julgamento.

Bessie já está acostumada com isso. Ela cuida das empresas de Bree Young, lidar com a imprensa é só umas das suas atribuições quando as coisas saem do controle.

Ainda não sou advogada da Redfield Company. Sou apenas a filha de Lucca Devito, então eu pude mandar a jornalista ir à merda.

De onde estou no aeroporto, vejo Tate e Alisson correndo na minha direção. Não importa o quanto eu tenha me preparado para as despedidas, não estou pronta para ir embora.

"Foi essa porcaria de trânsito", Tate explica, meio ofegante. "Ainda bem que seu avião ainda não saiu."

Ele me abraça bem forte, e sinto vontade de chorar na mesma hora. Tate fica calado por uns segundos, sei que não quer dizer que ama para não deixar o clima de despedida como se fosse um adeus, mas eu preciso fazer isso. Retribuindo o seu abraço, aproveito o pouco do tempo que ainda nos resta.

"Amo você", eu digo, apertando-o mais em mim. "Por favor, prometa que quando pedir a Alisson em casamento, você vai dar um jeito de eu ser a primeira a receber o convite. E a primeira a saber também."

Ele não ri, o que me faz perceber que está chorando. Me afasto um pouco, só para segurar o seu rosto e secar suas lágrimas. "Prometa."

Ele me olha como se quisesse implorar para eu não pegar o avião, mas acaba assentindo com um sorriso no canto da boca. "Prometo. É claro que eu prometo, Kenna. Você é minha irmã."

Alisson reflete por um instante, olhando para nós dois. "Ela adora quando você fala isso, Tate."

Abraço Alisson também, é um abraço mais rápido, pois o meu tempo está correndo. "Cuida dele, está ouvindo? Amo você."

Ela assente e me dá um beijo no rosto. "Amo você. Não demora para vir visitar a gente. Liga sempre que puder, manda mensagem, foto, vídeo, qualquer coisa só para eu não sentir tanto a sua falta como já estou sentindo."

Já estou sorrindo quando vejo Eliza arrastando as malas dela, parece cansada, como se não tivesse dormido direito na noite anterior. Ela e Alisson se cumprimentam com um aceno de cabeça bem discreto, e fica meio escancarado que elas não se dão muito bem.

Tate abraça Eliza. "Se não cuidar bem dela, vai se arrepender."

Ela dá um passo para trás, quase achando graça. "Por que estou com a sensação de que a gente casou?"

Todo mundo dá risada.

Lucien se aproxima, me entregando uma garrafa de água. "Dona Bessie, coloca logo a sua filha dentro daquele avião ou a gente vai começar a abrir o berreiro aqui."

Vejo a minha mãe se aproximar e me sinto péssima. Sinto meus olhos lacrimejarem diante da realidade de essa ser a primeira vez em que vou ficar longe dela e de Reagan. Sei que as duas queriam que eu permanecesse em Eugene, mas não sei se há espaço o suficiente aqui para tantas Lotrov.

Eugene é a cidade da minha mãe, o território da história dela. Eu quero fazer a minha própria história em outro lugar.

Quando penso que era para Fallon está aqui comigo, penso em como seria menos doloroso para ir embora. Sinto saudade dela. Sinto falta dela. Sinto a ausência dela. Odeio que a cada cabelo ruivo que meus olhos encontram no aeroporto, eles esperam se deparar com o rosto de Fallon. Sinto tanta tristeza por ela ter desistido de mim que sinto que começo a odiá-la. Mas ainda sinto falta dela.

Internato Lewis (Spin-off de L.A)Onde histórias criam vida. Descubra agora