Parecia que a conversa com Reed levaria mais tempo que imaginei.
Nós viemos ao seu apartamento chique em West Village, e parecia que só iríamos sair depois de chegar num acordo qual eu me recusava admitir.
Já faziam algumas duas horas desde que chegamos, e depois de eu ter negado pela trigésima vez que ele era pai do Luke, ele estava frustrado na sacada olhando a vista de Nova York.
Era uma linda vista. Eu até diria que melhor que a do meu apartamento, já que Reed escolheu esse lugar em que paredes eram substituídas por grandes janelas, ao longo do chão ao teto.
Porque parecia tão difícil admitir, sabendo que ele já tinha essa resposta? Eu sabia que não havia maneira de negar isso.
Eu me encolhi no sofá, dobrando as pernas contra o meu peito.
Observei Reed mexendo no celular, e alguns minutos depois voltou para dentro se livrando do aparelho em cima de uma mesinha de canto ao lado do sofá.
— Eu pedi comida. — de falou — Parece que você não vai colaborar, vamos acabar levando mais tempo que eu pensei pra você confessar.
— Deve ser porque eu não tenho nada pra conversar, Reed.
— Não faça isso. Não tente me enganar, quando está muito óbvio pra mim. Porque você está fazendo isso, Aria?
— Porque você está tão obcecado com isso? O Luke é o meu filho.
Ele sentou do outro lado do sofá, mantendo uma distância razoável de mim.
— Então quem é o pai dele? — insistiu, me encarando com expectativa, achava que ainda poderia usar aquele olhar contra mim. — Precisa existir um pai pra existir uma mãe.
— Não importa.
— Wyatt?
Senti meu estômago embrulhar, esse nome ainda me causava arrepios apesar de eu ter tratado isso por muito tempo com a minha terapeuta.
— Não menciona esse nome outra vez. Esquece essa história, Reed. Acabou.
Ele colocou as duas palmas das mãos na frente do rosto e resmungou.
— Não. Não acabou, Aria. O que você fez é grave.
E era por só que eu me recusava a reconhecer. Eu não sabia quem era o Reed agora.
E se ele estivesse gravando alguma coisa do que eu falasse, e levasse tudo pra justiça mesmo que ele tivesse dito que se eu falasse algo não levaria as coisas a esse nível?
Eu não podia confiar.
Um passe em falso, ele poderia conseguir a guarda do meu filho e tira-lo de mim.
Continuar negando era a solução mais segura e provável.
Eu estava com medo, e queria continuar segura com a vida que eu já conhecia.