Eu observei Aria se afastar. Eu a conhecia perfeitamente, melhor do que ninguém. Podíamos ter ficado anos afastados, mas ela era ainda era ela e eu conseguia lê-la perfeitamente.
Eu sabia que estava confusa, o que queria dizer que Ryan Jackman não a deixava tão animada como a mídia fazia questão de fazer parecer quando mencionava os dois nos tabloides.
Ele gostava dela e ela gostava dele, mas os dois não eram o casal apaixonado que os fãs costumavam "shippar".
Pelo menos Aria e eu tínhamos um laço eterno que nos faria sempre presente na vida um do outro, diferente do que ela tinha com aquele atorzinho sem graça. E era nesse laço que eu deveria me concentrar, em Luke. Ele era o meu filho e isso estava acima de qualquer coisa.
Meu coração acelerou ao lembrar dele me chamando de pai pela primeira vez. Eu não me lembrava de quando foi que me senti tão incrível antes.
Ou como ele dizia com toda a convicção que eu era o melhor. Isso sempre me fazia sorrir.
Logo depois de Aria sair, meu pai se juntou a mim, sentando-se ao meu lado na cadeira de balanço.
— Ainda acordado? Deveria estar poupando sua energia para os jogos fora de casa em dois dias, não? — meu pai perguntou.
Eu sorri para o meu pai.
— Ei, você não é mais o meu treinador há muitos anos. — brinquei.
Meu pai riu e deu um tapinha nas minhas costas. Ele sempre me apoiou em todas as minhas decisões e me incentivou a seguir meu coração, assim como ele sempre fez.
— Isso é verdade, mas eu sei que a NHL é importante pra você, e estou incentivando você a cuidar da sua carreira.
— Eu sei, pai. E agradeço por todo o apoio que você sempre me deu. — respondi.
— Aconteceu alguma coisa entre você e Aria? — ele perguntou — Eu a encontrei no corredor e ela parecia atordoada.
Suspirei, olhando para o jardim iluminado pela luz da lua.
— Acho que Aria não está apaixonada pelo namorado dela.
Meu pai me encarou com um olhar perspicaz, sabendo que havia mais a ser dito. Ele conhecia Aria tão bem quanto eu e sabia que ela não costumava ficar atordoada facilmente.
— Você está apaixonado por ela, não é? — ele disse com uma voz calma e compreensiva.
Suspirei novamente, sabendo que não podia esconder meus sentimentos do meu próprio pai. Ele sempre me encorajou a ser sincero comigo mesmo e com os outros.
— Eu nunca deixei de amá-la. Ela era meu porto seguro, e de repente tudo acabou. As coisas ainda são difíceis pra nós, ela escondeu meu filho de mim por oito anos.
— Eu entendo o que você está sentindo, filho. Aria e você têm uma história complicada, e não posso negar que o que aconteceu no passado foi doloroso. Mas você também precisa lembrar que as coisas mudaram, e agora você tem a chance de construir uma relação saudável com ela e com o seu filho.