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— A audiência de mediação é em dois dias, e eu não sei se estou preparada

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— A audiência de mediação é em dois dias, e eu não sei se estou preparada. — reclamei com Ann, com o celular pressionado ao meu ouvido como se isso pudesse fazer eu me sentir ainda mais perto dela — Graham disse que eu não preciso ter medo, mas eu estou nervosa.

Andei pelo corredor do nosso novo apartamento, com certeza era um milhão de vezes mais espaçoso. E agora tinha mais espaço que nós precisávamos.

Vendemos a antiga casa e tínhamos mais espaço em Nova York para o Luke, que era melhor do que eu na idade dele pra lidar com qualquer coisa. Inclusive com mudanças.

O corredor era largo e havia unicamente a porta de um quarto, o de Luke de frente para a porta do lavabo e uma parede com um quadro enorme de um ensaio que Brooke e eu fizemos para um editorial.

Mais adiante o corredor dava acesso a sala de estar composta por sofás, poltronas, almofadas decorativas e a estante suportando a televisão, aparelhagem de som, videogame e alguns enfeites. Janelas cercavam pelo cômodo dando a iluminação que precisávamos de frente pra entrada da cozinha que foi um ponto pra escolhermos aquele apartamento.

O conceito aberto.

Eu sentei na banqueta, e observei Ryan cortando cebolas atrás do balcão e lançou uma piscadela pra mim.

Mamãe suspirou do outro lado da linha.

— Não estou dizendo que você precise se preocupar, mas esse não é o tipo de conselho que você peça ao seu pai. Nós duas sabemos que Graham Longford não é a pessoa mais apropriada se tratando da criação de filhos.

— Você está tentando falar mal do papai pra mim? — soltei uma risada solene, assim como o meu namorado que sorriu e balançou a cabeça em negação.

Isso só era engraçado pelo fato de que há quase um ano, ela era a maior defensora dele e agora seu argumento era sempre contra o meu pai e seu estilo de vida.

Apenas aquela semana eu já ouvi umas três vezes que eu não deveria deixar Luke na companhia dele, ou eu teria um mini Graham em casa logo que se transformasse num adolescente.

— Não estou tentando falar mal do seu pai, querida. Apenas lembrando você dos fatos.

— Talvez vocês devam tirar um tempo pra conversar um pouco. — sugeri, talvez Ann parasse de critica-lo por cada passo que desse — Ele vai vir jantar aqui hoje. Ryan está cozinhando, e eu vou fazer a sobremesa.

— Ele vai? Seu pai sempre evita o seu namorado.

— E isso está na hora de acabar, não é? Você deveria vir. Nós vamos comer, conversar, beber um vinho.

— Eu não sei, filha. Preciso me preparar pra umas fotos amanhã, e já não tenho mais a sua idade. Preciso me dedicar mais do que qualquer uma pra provar que ainda posso fazer isso.

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