Me adaptar a ser um pai estava sendo um dos maiores desafios da minha vida. Nunca pensei que cuidar de uma criança de oito anos pudesse ser tão difícil.
Principalmente quando a mãe do meu filho tinha milhares de especificações, como por exemplo, uma agenda com horários de refeições, para que ele mantivesse uma rotina. Descobri que almoços precisavam ser exatamente almoços, e não apenas uma porção de cereal.
Eu estava preparando o café da manhã e Luke me encarou, sentado na ilha. Seu cotovelo apoiado na superfície, e a mão apoiada no queixo. Ele tinha confusão, assumindo em seus olhos enquanto eu me perdia com as panquecas.
Ele franziu o nariz e os lábios murcharam e um bico.
— Reed, você tem certeza que está preparando o café da manhã? Se demorar mais um pouco, nós almoçaremos essas panquecas. — Luke fez uma pausa, estreitando os olhos — E essas panquecas estão um pouco deformadas.
Eu soltei um suspiro, pela sua provocação. A única coisa que me deixava frustrado nessa história, era o fato de ele não me chamar de pai.
Era como se não tivéssemos passando tempo o suficiente juntos, pra ele fazer isso. Eu certamente não tinha a maior parte do tempo disponível, por causa do trabalho, mas talvez a ideia de me mudar para o prédio de Aria, fora a melhor coisa que passou pela minha cabeça.
Eu ri, olhando pra frigideira, percebendo que ele tinha razão.
— Pegue leve comigo, filhão, eu sou iniciante nisso.
Eu olhei para Luke e vi um misto de paciência e curiosidade em seu rosto.
— A minha mãe usa uma forminha que deixa a panqueca no formato certo. Você deveria ter uma.
— Ah, então a sua mãe é uma trapaceira? — brinquei, fazendo ele rir. — Ei, como você tem se sentido? Como estão as coisas na escola?
— Eu tenho uma amiga, a Roni. Ela disse que o pai dela joga no mesmo time que você.
— Ah, é mesmo? Qual é o sobrenome da Roni?
— D'Grey.
— Ah, ela é a filha de Ashton. Eu não sabia que estudavam juntos.
— Sim. Ela é um pouco pegajosa as vezes, mas ela é legal. — Luke riu. — Ela disse para as outras garotas que eu sou namorado dela.
Eu quase engasguei, desviando a atenção. Esse era um assunto um pouco sério para crianças de oito anos, certo?
Eu não tinha muito conhecimento, mas sabia que nessa idade não era o ideal, apesar de na idade do Luke eu ter certeza que me apaixonava por uma garota a cada semana.
— Namorados? — eu tentei tirar mais informação. — Você gosta da Roni como.... Sua namorada?
— Não. Quando eu tiver uma namorada, não quero que ela seja grudenta.