trinta e seis

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Eu tinha combinado com Aria que nosso relacionamento ficaria apenas entre nós dois

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Eu tinha combinado com Aria que nosso relacionamento ficaria apenas entre nós dois. Mas a verdade era que havia alguém mais importante entre nós dois, e precisávamos ser honestos com ele: Luke.

Mas essa não havia sido a primeira razão por qual eu estava naquele momento, em frente a ele, esperando a pipoca no micro-ondas, planejando dizer a verdade mesmo que Aria dissesse pra eu não fazer.

Eu olhei para o Luke, que estava com os olhos fixos no micro-ondas como se fosse tão interessante assim.

— Você está me olhando como se eu fosse um desenho animado divertido, pai — Luke murmurou, apoiando a mão no queixo e o cotovelo na bancada.

— Do mesmo jeito que você está olhando pra esse micro-ondas? — ele não me respondeu.

Eu o encarei e ele me encarou. Eu não sabia como ele iria reagir ao meu relacionamento com a mãe dele. Mas além de eu querer descobrir, eu queria pedir algo que eu só poderia pedir ao Luke.

Ou pelo menos comunicar e ter certeza de que ele estava de acordo.

— Você está de mau humor, filho? — perguntei — Saiba que mau humor é coisa pra adolescente e você tem apenas oito anos. E eu gostaria de aproveitar essa sua fase.

— É só o lacrosse. — ele resmungou — Meu treinador está pegando no meu pé e eu tenho estado no time reserva por duas semanas seguidas.

— Você é apenas um garoto, ainda vai haver muitas oportunidades. Se acha que ele está pegando no seu pé, treine o dobro do que você está fazendo e se mostre indispensável. Você é um Mitchell, está no seus sangue correr atrás do que quer. Só não deixe que seu treinador seja a razão por qual você se sinta mal e pressionado. Faça disso uma oportunidade pra você se esforçar mais, tá bom? E é normal passar um tempo no banco, eu fiquei sem jogar hóquei por um mês na minha primeira temporada na faculdade porque meu treinador achava que por ser um calouro, eu não daria conta.

Luke olhou para mim, parecendo absorver as palavras. Eu não podia evitar de me sentir orgulhoso do meu filho, e queria que ele entendesse que nem sempre as coisas saíam como planejado, mas que ele tinha o poder de superar esses obstáculos.

Eu me inclinei na bancada, olhando-o nos olhos.

O micro-ondas apitou, e eu dei a volta pra ajuda-lo a tirar a pipoca.

— Sabe, Luke, tem uma coisa que eu gostaria de conversar com você. — comecei, escolhendo cuidadosamente minhas palavras — É sobre mim e sua mãe.

Luke suspirou, me observando tirar o pacote quente de pipoca.

— Vocês não conseguem disfarçar muito bem, pai. O mundo inteiro sabe que vocês estão namorando.

Eu o encarei, piscando os olhos. Ele havia me deixado surpreso. Principalmente porque ele conseguiu ser tão direto. Luke era tão pequeno e falava como se fosse um homem de dezessete anos.

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