quinze

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— Você com certeza não está levando nossos almoços semanais a sério, filha

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— Você com certeza não está levando nossos almoços semanais a sério, filha. — Graham resmungou, folheando o menu do Serendipity, como se ele já não soubesse o que pediria.

Eu abaixei o celular brevemente, e olhei para o meu pai fazendo uma expressão dramática de alguém que precisava muito de atenção.

Apertei meus lábios com força um no outro com um sorriso contido.

— Eu estou aqui, não estou? Mesmo que hoje não fosse o dia do nosso almoço semanal.

O problema era que Graham não conseguia ficar parado, e com o fim da série, ele estava louco atrás de algo para produzir como se seus filmes fossem seus brinquedinhos.

Homens normais na meia idade colecionam motos e Porsche, mas meu pai colecionava seus trabalhos.

Ele queria fazer algo diferente, agora. Um romance água com açúcar. Estava viajando por aí, marcando reuniões para ler novos roteiros.

No dia do nosso almoço, que seria segunda feira, ele teria uma reunião em Los Angeles, e aqui estava eu, dia de sábado, disponibilizando meu horário de almoço unicamente pra ele. E o meu celular.

Meu pai franziu a testa e abaixo o livro de menu.

— Você está bem? — assenti com a cabeça, levantando meu celular novamente em uma foto aberta que Reed postou no Instagram com Luke.

Eu sempre evitei esse tipo de exposição, mas desde que os dois saíram ontem depois da escola, eu tenho visto muitos storys, como se os dois fossem dois amigos fazendo uma road trip, ao invés de um pai e um filho de oito anos.

Formei um bico nos lábios, e abaixei o celular bloqueado a tela, determinada a me concentrar no almoço semanal.

Quando essa rotina com meu pai começou, o almoço era duas vezes por mês, mas desde que mudei pra Nova York, uma vez por semana parecia mais apropriado.

Assenti em resposta.

— É só que eu estou preocupada com Luke.

— Não é como se ele estivesse com estranhos, vai? Ele está com o pai e a família dele.

— Eu sei, e não é esse o problema. Eu sempre vim a Nova York pra trabalhar e voltava pra ele, e quando eu não estava com Luke por causa de uma viagem, Brooke, mamãe e você sempre estavam por perto pra me manter informada.

Meu coração se apertou em aflição ao perceber que eu já não tinha o total controle.

— Reed não é um estranho, você sabe tão bem que ele pode te manter informada.

— Será mesmo? Porque se Luke me ligou uma vez desde que foi, foi muito. E ninguém está preocupado em me atender pra eu saber que estão bem.

— Você só está assim, porque sempre teve o Luke só pra você. Talvez você devesse ir pra Los Angeles comigo, assim esqueceria que está em casa sozinha e me ajudaria com alguns roteiros.

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