Até agora não parecia difícil a rotina de Luke, considerando que ele passava grande parte do dia na escola. Ele entrava as sete da manhã, largava as quatro da tarde, e fazia apenas vinte e três horas desde que Aria viajou.
O que não queria dizer que as coisas ficariam difíceis, que talvez fosse pensar no que eu faria sobre o Luke na sexta feira, quando eu precisasse passar a maior parte do tempo na arena.
Eu tinha traçado um plano válido: Eu levaria Luke pra escola de manhã, partiria para a arena e conseguiria buscar ele na escola a tarde. O problema era: Com quem deixar o meu filho durante o jogo?
Eu havia vindo buscar o Luke na escola, estava a espera dele dentro do carro, enquanto olhava meu celular tentando avaliar as minhas opções.
Pensei na Brooke, mas ela estava tão ocupada quanto Aria, então olhei a minha agenda telefônica em busca de alguém que eu conhecia e pudesse confiar.
Courtney Gilbert apareceu como o próximo contato, e me lembrei dela. Tínhamos nos conhecido há algum tempo e, pelo que sabia, ela não era uma pessoa maluca ou problemática. Lembro-me dela mencionando que cuidava de seus sobrinhos, então talvez ela pudesse me dar uma mãozinha.
Com a ideia em mente, liguei para Courtney e expliquei a situação. Ela pareceu surpresa por receber minha ligação, mas concordou em ajudar. Eu combinaria com ela os detalhes para que ela pudesse ficar com Luke durante o jogo na sexta-feira.
Alguns minutos depois que encerrei a ligação de Courtney, notei Luke se aproximar do carro carregando a mochila e a bolsa com os equipamentos de lacrosse, além de estar usando o uniforme do time.
Eu me estiquei pra abrir a porta pra ele entrar.
Torci o nariz sentindo o cheiro de suor, quando ele entrou no carro, e seu cabelo estava grudando na testa como resultado do treino de lacrosse.
— Acho que alguém errou o caminho do vestiário. — brinquei.
Luke riu e passou a mão no cabelo, tentando ajeitá-lo um pouco, mas sem muito sucesso.
— Eu estava com pressa. Vão exibir o episódio final da minha série favorita e eu não quero perder. — ele explicou, animado.
Eu coloquei o celular no suporte do carro, e dei partida, dirigindo de volta pra casa, olhei para o Luke brevemente e franzi a testa.
— Tudo bem, mas nada de pular o banho. Acho que a sua mãe me mataria se descobrisse e eu tenho medo dela. — eu disse.
Luke gargalhou, mexendo em um botão na porta ao seu lado.
— Minha mãe não vai descobrir se eu fizer, ela está muito longe daqui.
— Ah, você não a conhece então, filho. Sua mãe tem algum tipo de superpoder e sentiria de longe se eu tivesse fazendo algo fora da lista dela. E acredite em mim, ela deixou uma lista bem grande sobre como cuidar de você.