Minhas mãos trêmulas seguravam o papel da intimação. Eu não acreditava que eu havia acabado de contar a verdade ao Reed, e meu coração palpitava dentro do peito.
Eu vi a decepção com qual me olhou, eu não queria que fosse mas era esmagador.
Eu estava transtornada saindo do prédio dele, entrei apressada no banco traseiro do carro qual eu estava usando. Não era um momento pra enrolar, e correr o risco de me fotografarem saindo do prédio dele.
O motorista olhou para trás com um olhar e sorriso empático.
— Tudo bem, senhorita Longford? — perguntou Gregory.
Ele me conhecia, sempre exigia a agência de motorista que fosse ele me acompanhar. Depois de algum tempo morando em Nova York, entendi o motivo de tantas pessoas que moram na cidade optarem por não dirigirem.
Eu fingi um sorriso, secando discretamente uma lágrima no canto dos meus olhos.
O fato de ele me conhecer não queria dizer que eu abriria a ele sobre minha vida pessoal.
— Está sim, Greg. — respondi, me encolhendo no banco de trás e peguei meu celular que começou a tocar.
O nome de Ryan brilhou na tela, desde que nos desentendemos, as coisas estavam meio frias entre ele e eu. Tudo porque eu não podia contar o que estava acontecendo.
No entanto, agora que eu já havia aberto a resposta certa ao Reed, não havia porque eu guardar segredo do meu namorado.
Atendi a ligação engolindo em seco.
— Oi....?
— Onde você está, Aria?
— A caminho de casa. — respirei fundo — Eu tenho algo a dizer, agora. Pode me encontrar lá em vinte minutos?
Ouvi Ryan suspirar do outro lado da linha, demorou alguns minutos até eu escutar a sua voz outra vez.
— Tudo bem. — sua voz não pareceu nada animada, o que não era estranho. Eu não o via animado nos últimos dias. Até mesmo nas entrevistas de divulgação da quinta temporada da série, parecia que ele estava sempre aéreo. — Eu encontro você lá.
Ele encerrou a ligação sem se despedir, era tão distante que me assustava. Acho que isso me assustava porque eu me sentia diferente desde que reencontro com Reed.
Parecia que ele estava sempre fazendo meu coração acelerar. Assim como quando me encurralou na parede há minutos atrás.
A sensação era fresca na minha cabeça, como o toque de sua mão na minha pele, a respiração contra meu rosto e seu olhar penetrando no meu.
Tudo que eu sentia e achava ter superado, pareceu voltar de uma vez.
Mas não era certo. Se fosse, teria acontecido há muitos anos, e além disso eu estava com Ryan. Gostava dele.