Acordei sentindo uma dor de cabeça muito forte. Pela escuridão que está lá fora, já é bem tarde da noite. Acho que dormi demais. Mexo-me na cama, passando a mão ao meu lado, encontrando o vazio que me desanima. Lembro-me que Alexander deitou-se comigo, mas não sei se chegou a dormir. Provavelmente, não.
Levanto-me e sigo para o banheiro, sentindo uma cólica muito forte e por certo, minha menstruação está para vir e é melhor eu me preparar, já que passo muitos dias sentindo dor e todos os incômodos de uma TPM. Pior fase do mês com toda certeza!
Após fazer minha higiene e tomar um banho que me relaxa, escolho uma roupa de frio, pois a temperatura está bem baixa. Calço meu chinelo e então sigo para a escada, mas acabo parando na porta do quarto de Alina que está meio aberta, mostrando que minha menina parece estar dormindo.
Uma ansiedade me toma e penso se ela já está disposta para poder conversar um pouco. Não sei exatamente o que ela pensa sobre o que lhe aconteceu e talvez a minha presença possa deixá-la chateada ou constrangida. Não quero que ela fique agitada depois de tudo.
No entanto, preciso muito saber o que minha irresponsabilidade possa ter lhe causado. Espero que o menor dos males. Após olhá-la por um tempinho, decidi seguir meu caminho, mas acabei ouvindo sua voz me chamando. Voltei a fitá-la e lá estava ela me observando com seus olhos bem abertos para mim. Minha menina e tudo de mais precioso que tenho.
- Oi, meu amor! - Digo, sentando-me ao seu lado na cama, segurando a sua mão. - Está se sentindo melhor?
- Eu estou com um pouco de dor de cabeça. - Responde num tom de voz baixo.
- Vou pedir a nossa mãe para lhe trazer um comprimido, tudo bem? - Ela assente, apertando minha mão. Observo cada partezinha se seu rosto de menina e penso como um homem teria coragem de mexer com sua inocência. Não sei como são as outras meninas com quem anda, mas nos olhos da minha irmã vê-se o reflexo natural de uma menina de quatorze anos.
- Que foi, irmã? - Ela me desperta.
- Lina, preciso que me perdoe. Eu deveria ter tomado uma atitude quando me falou a primeira vez sobre sua amiga e o tal namorado dela. Isso é verdadeiramente uma coisa séria e eu não deveria ter prolongado tanto.
- Não foi culpa sua, Prince. Eu que não deveria ter ido àquela casa com a Kelly sem falar com a mamãe, mas não sabia o que fazer. Eu nunca tinha ido para aquele lado da cidade e pensei que ela estava indo à casa de algum parente ou algo assim. - Explica.
- Tudo bem, meu amor! Agora está segura. - Digo, abraçando minha menina. - Você se lembra do que aconteceu quando chegaram lá? - Seu olhar desvia do meu, parecendo bastante pensativa. - Se não conseguir, não tem problema.
- Um homem nos serviu refrigerantes e a moça que estava com ele disse que era de laranja. Eu aceitei, mas minha cabeça começou a doer assim que bebi. Após, fomos levadas para uma sala, onde tinha algumas pessoas... - Hesita, abaixando a cabeça.
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PRINCE CARTER (Concluído)
De TodoEste livro é uma extensão do livro POR VOCÊ, mas que pode ser lido separadamente, posto que se trata da história pessoal da vida da filha do grande advogado Erick Carter e sua esposa Luna Carter. Prince, assim como seu pai esperava, se tornou uma ót...