CAPÍTULO 38

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Com a saída de Lohana do meu apartamento, decidi que era melhor vir para a empresa e fazer de forma segura uma análise clínica de todo o conteúdo do dispositivo que Maura me deu

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Com a saída de Lohana do meu apartamento, decidi que era melhor vir para a empresa e fazer de forma segura uma análise clínica de todo o conteúdo do dispositivo que Maura me deu. Meu sexto sentido dizia que o que veria seria de certa forma bastante incômodo, e realmente foi.

O que foi descoberto me trouxe um desconforto muito grande, já que o dossiê em questão revelou que minha Dara tinha sim um relacionamento com o tal Joseph, porém quando iniciou sua carreira na moda. Embora nunca tenham assumido para a mídia que tinham uma relação entre eles, e acredito ter sido por vontade dela, parece que isso o deixava bastante dominador. O fato dela depender dele para ter trabalho, o fazia se sentir dono da minha Dara na época.

Infelizmente esse tipo de situação acontece muito frequentemente, pois muitas mulheres, e homens também, se envolvem com seus empresários por convivência e também para não perderem o contrato de trabalho, visto que essa profissão requer que uma pessoa tenha bastantes contatos pelo mundo, a fim de fazer expandir sua carreira.

Para algumas pessoas que costumam generalizar tudo, esse ramo é visto como uma forma chique de prostituição.

Mas, pelas mensagens que foram trocadas entre Dara e o tal Joseph, durante o período que ficaram juntos, ela deixava bem claro que era apenas diversão para os dois e que quando um deles encontrasse alguém por quem se apaixonasse e quisesse dividir uma vida juntos, seguiriam cada um o seu próprio caminho. E isso aconteceu com ela primeiro, naquele desfile onde nos conhecemos e poucos meses depois estávamos nos casando. Por certo, ele não aceitou cumprir o que haviam combinado.

Para o tal Joseph, o tempo que ficaram não foi o suficiente e pior, ainda se achava dono dela por direito profissional, pois sua ascensão de carreira veio através dele. De fato, ele levou Dara a passarelas onde muitos modelos sonham em chegar e, ela ter desistido disso tudo apenas para se tornar minha esposa, falindo assim a agência que ele criou, é motivo suficiente dele querer matá-la.

- Você imaginava isso tudo? - Maura me pergunta, assim que terminamos de assistir juntos, tudo que estava no pendrive que ela me deu.

-Acha que quando nos conhecemos, Dara ainda estava com ele? - Indago, receando a resposta.

- Não acredito nisso não. Minha amiga não ficaria com vocês dois ao mesmo tempo. Até porque, eu duvido que não perceberia uma situação dessa. Você sempre foi bom em ler as pessoas. - Maura responde confiante, mas suspiro pesado, fechando os olhos. - O que foi meu amigo?

- Ultimamente não tem sido assim, Maura. - Respondo, levando as mãos a minha fonte, apertando-a sucessivas vezes. - Estou me sentindo mais cego do que nunca, com tantas coisas acontecendo ao meu redor. E essa inércia desse caso me deixa numa frustração do caralho. Tem de haver um motivo no mínimo plausível para que esse filho da puta decidisse tirar minha Dara de mim.

- Não acha que o fato da saída dela da agência, deixando-o na merda, não é o suficiente para tentar matá-la?

- A questão é que ele não está na merda, olha esse extrato bancário aqui? - Viro a tela para ela, mostrando os muitos zeros em sua conta pessoal. - Se ela faliu a empresa, esse desgraçado deveria pelo menos ter um salário mediano, de um homem assalariado comum, não uma fortuna milionária. Além de que, vimos aqui nas conversas com alguns de seus funcionários, ele dizendo que pagaria tudo e pagou, fugindo assim de muitos processos. Não foi por dinheiro que Dara morreu.

PRINCE CARTER (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora