Remember Me - Jensoo G!p

Capítulo 36

JISOO

Chego ao motel exatamente sete minutos depois que o telefone fica mudo. Estou correndo em pura adrenalina. Quinn já está no estacionamento, de olho em Bill, que fica espiando pela janela a cada poucos minutos.

Quando me encontro com ele, minhas mãos estão tremendo incontrolavelmente.

Quinn olha para mim. 

— Controle-se agora ou vou fazer isso sozinho.

O inferno que ele vai. 

— Ela é meu mundo.

— E ela é minha responsabilidade. Então, controle-se. Esta é uma missão, e você precisa tratá-la como tal.

Ele está certo, mas como posso dizer isso ao meu coração? Fecho os olhos por alguns segundos e acalmo minha frequência cardíaca. Eu uso cada grama de treinamento que tenho para me separar de Jennie. Ela é uma refém, e precisamos lidar com isso como tal.

Eu forço minha voz a permanecer firme. 

— Envolveu a polícia?

— Eu os informei sobre o que estava acontecendo. Jackson chamou alguns amigos da força e teremos reforços em breve.

— E o seu plano?

Ele acena com a cabeça uma vez. 

— Nós a pegamos antes disso.

— Bom.

Quinn explica o layout e qual é o seu plano. 

— O gerente diz que ele está aqui há cerca de um mês, está paranoico, e é a última semana que paga integralmente. O cara sabe que está prestes a ser acusado de assassinato em primeiro grau, o que significa que ele está desesperado, e pessoas desesperadas fazem merdas estúpidas.

— E Jennie acabou de lhe dar outro refém.

— Ela deu, mas nós somos treinados para lidar com isso. Há uma pequena janela no banheiro. Eu quero esmagá-la, criar a ilusão de que estamos indo por aquele caminho, e então vamos explodir a porta das dobradiças. Direto e obstinado. Pegamos Jennie, a criança e a mãe.

— E se ele os machucar?

— Não vai. Vamos lidar com a situação que temos. — Quinn diz e então se levanta. — A gerente está disposta a quebrar o vidro para nós. Isso nos dará a oportunidade de entrar ao mesmo tempo. — Quinn me entrega uma das armas que ele escondeu. — Tente não atirar nele. Lembre-se que também precisamos preservar o caso. Não importa seus sentimentos pessoais, você não serve para Jennie atrás das grades.

Por mais que eu queira dar um soco na cara dele por seu lembrete, eu provavelmente precisava disso. Este homem, se posso chamá-lo assim, tirou mais de mim do que jamais deveria ter tirado. Agora ele tem Jennie, e eu estou além da raiva.

Quinn faz um barulho de assobio.

— Esse foi o sinal. Ela vai esperar dois minutos e quebrar o vidro. Vamos lá.

Nós rastejamos ao longo do exterior do motel no primeiro andar. Eu pego o lado direito e ele o esquerdo. Nós nos movemos como fomos treinados para fazer, silenciosos e rapidamente. Eu me abaixo nas janelas do primeiro quarto, e quando eu apareço, ele gesticula para que eu vá para o próximo. Continuamos assim até estarmos ambos em posição de arrombar a porta.

Eu sinalizo para Quinn que devemos nos mover, mas ele balança a cabeça.

Eu não posso esperar. Ela está lá com um homem que já tentou matá-la uma vez. Sentar-me aqui está me matando.

Meu corpo está pronto para atacar, mas quando estou prestes a fazer o sinal para ir novamente, ouvimos a comoção.

Alguém está gritando dentro do quarto, e Quinn está se movendo para chutar a porta.

Antes que ele possa, ela se abre e Jennie sai correndo com um garotinho nos braços.

Ela me vê. Seus olhos se arregalam. 

— Vá para o carro! Agora! — eu ordeno, e então Quinn e eu entramos no quarto.

Ele agarra Sonya, empurrando-a para fora e instruindo-a a seguir Jennie.

— Mantenha a cabeça fria — ele me avisa enquanto nos movemos mais fundo no quarto. O armário está à direita, e eu abro a porta e Quinn faz uma verificação visual. Está vazio, o que deixa um outro lugar para ele se esconder. O banheiro.

A porta está fechada, mas posso ouvir movimento. 

— Você não tem para onde ir — digo a ele. — Saia agora com as mãos para cima.

Quinn se move para a minha esquerda. 

— Não seja estúpido, apenas saia devagar e quietamente.

— Foda-se! Fodam-se todos vocês! Esses são minha esposa e filho. Você acha que eu não sei como isso termina?

— Você deveria ter pensado nisso antes — falo com os dentes cerrados. — Só há uma maneira de isso acontecer agora.

Quinn bate no meu ombro e aponta para eu me mover para o lado. 

— Ouça, Bill, eu sou pai, e se fosse meu filho, eu seria como você se alguém quisesse levar meu filho embora. Mas você matou uma pessoa, e... bem, você manteve sua esposa e filho aqui contra a vontade deles. — Quinn se vira para mim. — Mantenha-o falando, a polícia está quase aqui.

Os sons das sirenes ecoam ao longe. 

— Por que você fez isso, Bill? — pergunto.

— Eu-eu só queria o meu menino. — Sua voz falha com a admissão. — Eu não queria machucá-los, nenhum deles. Eu não tive escolha. Se a polícia viesse à minha casa, estaríamos todos mortos.

— Você o ama.

— Eu amo. Eu acabei de... tinha que me certificar de que ninguém aparecesse. Eu ia buscar ajuda.

— É bom que você tenha tentado obter ajuda, Bill. Mas a polícia está aqui, então você tem que fazer uma escolha. Você vai mostrar a Myles o jeito certo de lidar com as coisas ou não? — eu indago, sabendo que meu tempo neste quarto terminará muito em breve. Não faremos parte disso quando a polícia entrar em cena.

— Eles virão para você em seguida. Diga-lhes... que sinto muito.

Quinn se move para trás, batendo em mim enquanto ele vai, e então eu recuo também. A porta do banheiro se abre e então o tiro soa.