Sing And Play

Vivo

— Você quer casar comigo? — A frase saiu, com a voz grossa e onipotente do azulado.

Meu estômago estava revirando, enquanto eu olhava os olhos vermelhos do homem de cabelos azuis, ajoelhado na minha frente.

Eu não acreditava no que tinha acabado de ouvir, como ele pode ter a audácia de se quer propor algo como isso? Ele é um monstro, um monstro! Ah... Kazuha, socorro...

* * *

Tudo começou quando fomos continuar a turnê na manhã seguinte.

— Eu não vou. — Falei, vendo Kazuha com as malas nas mãos.

— O que? Por que? — O rapaz abaixou as malas, me olhando de maneira preocupada. — Não é seguro você voltar para o seu apartamento...

— E-eu sei, mas o vídeo de ontem foi uma ameaça, se eu não passar pelo menos uma semana com ele, acho que ele pode... Continuar... — Abaixei a cabeça, sentindo o meu peito sem vida. — Você não pode voltar comigo para o Japão, por isso eu prometo que vou me cuidar!

Kazuha caminhou até mim, segurando as minhas mãos com carinho enquanto acariciava elas.

— Kazu... — Ele subiu a mão pelo meu braço, acariciando a minha bochecha com o dedão.

Fechei os olhos, sentindo Kazuha selar nossos lábios em um beijo calmo, com um toque suave e amoroso, relaxante, tranquilo...

Quando Kazuha se afastou, eu neguei aceitar o fim do toque, agarrando a gola de sua blusa e o puxando novamente, eu sei que ele não pode ficar comigo, mas eu quero tanto que ele me proteja do Dottore.

— Ah... — Me separei, encarando os olhos escarlates do maior, e sentindo as minhas bochechas corarem bruscamente.

— Haha... Você é fofo, sabia? — Ele sorriu para mim de forma gentil, acariciando a minha bochecha com o dedão.

— Kazuha... Você vai se atrasar... — Abaixei o olhar, nervoso com todos os pensamentos na minha cabeça.

— Quem se importa? O avião não vai sair sem mim. — Se aproximou mais, me dando outro beijo leve. — Kuni... Eu sou seu.

— Hmm? — Levantei o olhar, encarando os olhos de Kazuha novamente, eles brilhavam tanto... É, é só o reflexo da luz! Não tenho que... — Mais um...

— Hahaha, claro! Você que manda.

Mais um beijo carinhoso, e então outro, mais uma vez, de novo, e de novo, e de novo, quando percebemos, o celular de Kazuha começou a tocar no seu bolso, assustando nós dois.

— Ah! — Abracei Kazuha com força, por conta do susto, e ele levantou o celular.

— Tsk... Venti. — O avermelhado desviou o olhar, atendendo ao telefone, enquanto acariciava meus cabelos.

— Onde você está? — Eu ouvi a voz doce, já que o telefone não estava tão longe de mim. — Está quase na hora de partirmos!

— Me desculpe, o Kuni não vai poder ir, eu estava me despedindo dele. — A voz suave de Kazuha me fez corar levemente. — É a primeira vez que nos separamos em duas semanas!

— Vocês estão transando?!

— O-o que?! Não! — Kazuha rebateu desesperado, com a voz falhando levemente ao final.

— Mas eu aceitaria se ele quisesse! — Gritei, ouvindo a risada de Venti na chamada.

— Oh, ok, eu acredito, por causa da voz do Kuni! Jurava que eu estava naquelas situações onde a pessoa liga enquanto a outra tá fudendo. — A risada de Heizou foi ouvida ao fundo, me fazendo rir por consequência.