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"A casa dos gritos"

Mattheo

Eles estavam juntos. Desci na intenção de ir até a torre de astronomia, porque é uma droga conseguir dormir neste lugar. Ainda mais quando seu colega de quarto ronca como um dragão engasgado.

Vi Arya e Nott juntos e ela estava sentada no colo dele. E porra, não sei qual é o meu problema, mas fiquei puto por ter visto a cena e acabei desistindo. Nott é um cara legal e é por causa dele que estou tendo contato com Arya, então sou grato por isso. Mas se as intenções dele atrapalharem as minhas, esse cara legal vai se transformar em um monte de merda pra mim.

Já tinha ouvido falar dos Rosier, antes mesmo de chegar em Hogwarts. Sei que são três irmãos que perderam o pai muito cedo e foram abandonados pela mãe logo depois. Mas ninguém me avisou que Arya Rosier séria uma bruxinha tão atraente. Pela primeira vez, tivemos um diálogo como duas pessoas normais, mesmo que grande parte dele tenha sido discussões sobre a merda do trabalho. E depois da briga ridícula entre ela e Nott, era eu que estava ali para fazê-la esquecer. Arya me deve um obrigado.

Voltei para o dormitório, mas ainda não iria dormir. Já havia perdido o sono e estava tenso, principalmente depois de ter visto aquilo lá em baixo. Me sentando no chão ao lado de minha cama, tirei o cigarro e esqueiro do bolso e colocando entre os lábios, o acendi.

Deitei a cabeça para trás na cama e depois de inalar a fumaça, a deixei sair lentamente, meu corpo começando a se relaxar. Higgs resmungou algo do outro lado do quarto, mas não mexi um músculo para olhar. Além de roncar, o imbecil também falava enquanto dorme. Terence Higgs, um dos garotos do time e um colega de quarto insuportável.

A parte boa, foi que ele me contou tudo sobre Arya e seu esquadrão que ela chama de amigos. Higgs disse que com eles o drama é garantido todos os dias e que por coincidência, é exatamente isso o que vim causar nessa escola.

Deitei em minha cama quando o lago estava começando a se iluminar do lado de fora, o que significava que o Sol já estava nascendo. Dormiria por poucas horas, mas não me importava, a muito tempo não sei o que é dormir bem por uma noite inteira.

**

Desci as escadas correndo. Acordei tão atrasado para o café da manhã, que mal consegui dar o nó na gravata.

Ao virar a esquina do último corredor para o salão principal, esbarrei com um corpo que me fez cambalear para trás.

- Caralho... - Xinguei baixinho. Meu olhar se encontrou com o de Snape. O rosto pálido e carrancudo do professor me fez engolir em seco.

- Atrasado, Riddle ? - Ele falou, a mesma voz inexpressiva se sempre.

- Ainda não me acostumei com os horários. - Forcei um sorriso meio sem jeito e os olhos escuros do professor me estudaram. Pegando algo de dentro da capa preta, ele estendeu a mão para mim. Uma carta.

- Fui orientado a lhe entregar isto. - Franzi a testa para o papel amarelado em sua mão, mas logo peguei. Vendo os dois lados da carta, apenas meu nome estava escrito ali, mas nenhum outro que pudesse me dizer quem havia mandado. Olhei novamente para o professor, que ergueu uma das sobrancelhas.

- Não sei do que se trata e muito menos quem escreveu. - Ele disse, provavelmente percebendo a pergunta estampada em meu rosto.

- Obrigado... Eu acho. - Agradeci, mesmo que ele não tenha feito nada muito útil. Sem dar uma resposta, Snape virou as costas e seguiu pelo corredor a diante.

Olhando para os dois lados do corredor vazio, me encostei contra a parede de pedra e abri a carta. Reconheci a letra familiar no mesmo segundo, um frio na barriga me fez suspirar.

𝙏𝙝𝙚 𝘿𝙚𝙫𝙞𝙡'𝙨 𝙀𝙮𝙚𝙨 - ᴍᴀᴛᴛʜᴇᴏ ʀɪᴅᴅʟᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora