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"A marca negra"

Mattheo


Duas semanas depois...

Era sufocante, agonizante e me causava enjoo. Eu odiava estar na presença dele. O rosto pálido e ossudo, mostrando os anos de crueldade que ele causará e das vidas de inocentes que tirou sem piedade. As profundas fendas que ocupavam o lugar de suas narinas e aquele olhar... a porra do olhar que fazia as pessoas implorarem por misericórdia.

Mas ele não me causava medo, pelo contrário, a cada dia eu era alimentado pelo sofrimento que passei nas garras desse homem e transformava isso em puro ódio. Um ódio que usaria como vingança no final. Meu pai pagaria por todos os anos que se portou como um deus e por ter me tratado como um de seus servos.

Enquanto aguardava pacientemente o dia do meu triunfo, eu estava aqui, ao lado de Dristan, enquanto nosso pai ditava suas ordens e nos incluía nos próximos passos do seu plano ridículo. Ele queria fazer uma entrada triunfal, alertar ao mundo sobre seu retorno dos mortos, e óbvio que seus queridos filhos estariam envolvidos nessa. E isso nem era a pior parte. Eu tinha uma missão e para cumpri-la, precisava fazer uma promessa, uma que ficaria marcada em minha pele para o resto da minha vida miserável.

Esse era o fardo que precisava carregar pelos anos que fingi ser um filho obediente e seguidor do pai maluco e psicótico. Porra, eu preferia ser torturado por uma maldição do que passar por essa merda.

Depois de um longo discurso, Tom finalmente foi embora, deixando o vazio e um turbilhão de pensamentos em minha cabeça para trás. Dristan se moveu ao meu lado, esfregando as mãos no rosto em um suspiro trêmulo.

- Caralho, isso demorou mais que o normal. - Ele se jogou em uma das poltronas do escritório, abrindo uma garrafa de uísque e bebendo o líquido direto do gargalo.

Eu estava puto demais para uma conversa, então não disse nada a ele. Eu precisava de um cigarro. Ou três. A porra do maço inteiro. Eu não queria essa marca, nunca quis. Isso vai ser meu fim, minha destruição. Serei jogado em um labirinto sem saída, cheio de monstros prontos para dilacerar cada parte do meu corpo.

- O que está pensando, irmão? - Tirei o foco dos pensamentos, levando até Dristan.

- Que tipo de pergunta é essa? - O desafiei. - Se quiser, você pode invadir minha mente, fritar meus miolos e se divertir com meu sofrimento.

Sua risada estridente ecoou pelo cômodo e estremeceu meus ossos. Cerrei os punhos, sentindo meu sangue ferver pelo estresse que aumentava a cada segundo e me movi para sair do escritório. Assim que cheguei no corredor, ouvi os passos do meu irmão logo atrás. Eu só preciso do maldito cigarro.

- Vejo que ainda não superou nosso último encontro, pequeno Riddle. - A voz sombria como a morte me provocou, a apenas alguns passos de distância das minhas costas.

Não respondi, descendo as escadas até a sala de estar. Procurei pelo ambiente, sentindo minhas mãos começarem a tremer e uma camada fria de suor se acumulou em minha testa. Onde deixei aquela merda?

- Por que não respondeu minhas cartas? - Dristan continuava me seguindo.

- Estava ocupado. - Entrei na cozinha, procurando entre a bagunça de coisas que estavam na bancada central.

- Hm, deixa eu ver? Ocupado com uma coisa que começa com Arya e termina com Rosier...

Uma fúria brutal tomou conta do meu corpo e fui até ele, agarrando a gola de sua camiseta e bati suas costas contra a parede. Dristan arfou, mas seu rosto não demonstrava dor, e sim uma excitação e um sorriso perturbador preenchia aquela feição de pura loucura.

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⏰ Última atualização: Feb 14 ⏰

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𝙏𝙝𝙚 𝘿𝙚𝙫𝙞𝙡'𝙨 𝙀𝙮𝙚𝙨 - ᴍᴀᴛᴛʜᴇᴏ ʀɪᴅᴅʟᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora