Capítulo 2

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Lee Minho

Depois de toda a confusão no céu, tínhamos trabalho redobrado na terra.
Os demônios fizeram a festa já que estávamos ocupados demais brigando aqui em cima.
Com o Bang Chan no comando e milhares de perdas, vários anjos mudaram suas funções, Changbin foi um, agora ele era o capitão dos anjos que iam para a terra, e consequentemente, agora também tinha permissão para vagar por lá.

Eu nunca fui lá, olhava ela daqui de cima e sonhava com o momento em que eu poderia pisar nela.
Não era qualquer anjo que era designado a essa função, a terra era perigosa, vários irmãos se corromperam.

Jamais eu iria fazer isso.
Eu não era qualquer anjo de baixo escalão, eu era um arcanjo, o mais novo deles, mas ainda sim, era um arcanjo.

Nosso Pai escolhia a dedo quem se tornava um, e eu fui a última escolha antes dele partir. Há 560 anos atras eu "nasci de novo", em todo esse tempo ninguém definiu uma palavra para essa evolução.

Minha vida antes disso foi apagada, tanto quando eu era um humano ou um anjo qualquer, eu só tinha memórias dos meus 560 anos vividos.

- Sonhando acordado de novo?- Seungmin falou enquanto passou os braços no meu ombro.
- Lógico, já que não precisamos dormir.

Ele riu.

- Bang Chan quer falar com você.
- Tudo bem.

Assim que sai da sala em que estava, a  minha cabeça começou a girar, senti os braços do Seungmin ao meu redor, de relance vi seus olhos arregalados preocupados, minhas pernas não respondiam mais o meu comando e fraquejaram.
O lustre do teto foi a última coisa que eu vi antes de apagar.

Acordei em um hospital.
Eu reconheci por que já tinha visto vários desse lá do céu, mas era um hospital em específico: uma maternidade.
Eu soube assim que ouvi vários choros de bebês.

Sorri.

Mas logo fiquei sério.
Como eu estava em um hospital?

Olhei para minhas mãos e elas eram... humanas?
Contei dez dedos.
Não pode ser.

Corri em direção à porta, mas ela estava trancada e de repente eu senti, algo que imaginei nunca ser capaz.

Meu coração estava batendo.
Coloquei a mão no peito.
Aquela sensação era incrível.
Só podia ser um sonho.
Mas como? Eu nem preciso ou posso dormir...

Um alto barulho no final do corredor me distraiu dos meus próprios pensamentos. Alguém tinha caído.

Era uma mulher, ela estava com um vestido branco e tinha manchas de sangue em seu vestido.
Ela me olhou.

- Me ajude, por favor....- ela suplicou.

Corri em sua direção. Ela me estendeu a mão e ajudei a levantar.

- Eu preciso sair daqui, por favor me ajude...

As luzes começaram a piscar.
Vi seus olhos castanhos se arregalarem e ela colocou a mão na barriga.

- Você precisa salvar o meu bebê.- ela falou puxando minha camisa.

- Tudo bem, vamos por aqui.

Ela mal conseguia andar, a peguei no coloco e corri na direção em que eu julguei está o balcão. Essas pernas finas e fracas não me deixavam correr na velocidade necessária.
Senti um água molhar meu corpo.
A bolsa tinha estourado.

Tudo isso parecia um sonho.
Não havia ninguém no hospital.
O que estava acontecendo?

Coloquei ela no chão novamente.

- Eu não estou suportando!- ela gritou ainda puxando minha camisa.
- Olhe para mim!- ela não olhou, apenas de contorcia no chão.- Olhe para mim!- gritei novamente.

Ela baixou a cabeça e parou de se mexer.
Eu a sacudi e nada.

De repente comecei a sentir uma dor muito forte no peito.
Parecia uma queimação.
Comecei a gritar, desabotoei a camisa e minha pele pegava fogo, literalmente pegava fogo.
Quem estava se contorcendo no chão agora era eu.

Meus ossos dos dedos dos pés começaram a se quebrar e seguiu para as pernas, braços...
Outra coisa nova: o choro.
Lágrimas saiam dos meus olhos.

O que estava acontecendo?

- Bang... Chan.... m-me ajude.- clamei por meu irmão.

E então, as luzes pararam de piscar e tudo ficou escuro novamente.
Pensei que tivesse acabado.

Mas o pesadelo estava só começando.

Surrender - Em busca da rendição - Livro 1 (Minsung)Onde histórias criam vida. Descubra agora