Capítulo 7

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Han Jisung

Assim que eu vesti a minha camisa, vi o Minho sair quase correndo do quarto.

- Minho!- gritei e ele não virou.

Assim que peguei no seu braço tudo ficou escuro. Senti o meu corpo se chocar diversas vezes em objetos que não conseguia identificar. Eu estava correndo na velocidade da luz?
Minha cabeça começou a latejar e piorou quando eu caí no chão.

Não conseguia me mexer. Mas a sensação na ponta dos meus dedos me deu força.

Era areia.

Abri meus olhos e vi o céu em um tom de azul claro, e logo prestei atenção no calor que o sol transmitia para o meu corpo.
Esse ainda era um sonho?
Quando eu tinha ido dormir?

Ouvir alguns gemidos de dor e resolvi sentar.

Era ele.

Minho estava sem camisa de joelhos na areia, parecia está massageando seu peito. Ele estava infartando?

Arranjei força onde não imaginei ser possível pois meu corpo estava todo dolorido, mas corri, eu tinha que lhe ajudar.

Coloquei gentilmente a mão em seu ombro, e seu corpo parecia muito mais frio agora.

- Minho?- perguntei.

Ele não respondeu, mas parou de massagear o peito.
Sem aviso prévio ele me olhou. Agora eu pude confirmar, seus olhos castanhos realmente tinha feixes dourados, sua bochechas estavam vermelhas e tinha lágrimas formadas em seus olhos.

Senti meu corpo todo esquentar, aqueles olhos pareciam enxergar minha alma, minhas pernas fraquejaram e eu caí, e como um reflexo Minho me segurou.

Nossos rostos ficaram tão próximos que eu podia sentir sua respiração.

- Como você me seguiu?

- Eu.. eu não sei... por favor me explica o que tá acontecendo.- agora que eu percebi que estava chorando.

Seus olhos ainda pareciam sem expressão alguma, como ele conseguia?

Ele baixou a cabeça e respirou fundo.
Quando olhei para baixo quase não acreditei no que vi.

A marca.

Ele tinha uma cicatriz enorme do ombro até seu coração.

Igual a minha.

Arregalei os olhos e o empurrei.
Como isso era possível?

O meu empurrão não mexeu um músculos se quer mas fez com ele me olhasse feio e me soltasse.

- Você vai explicar agora onde você conseguiu a porra dessa marca? Quem é você?- gritei

- Han..

- Agora!- gritei de novo.

Ele ainda permaneceu imóvel.
O ar faltou no meu peito e estava tentando respirar rápido para compensar.
Passei as mãos no cabelos e sentia as lágrimas rolarem no meu rosto.

Todos os pesadelos pareceram voltar agora. O medo que sentia enquanto dormia estava aqui.

Então eu ouvi um sussurro.

"Não acredite nada em que ele diz. Venha para mim Han, venha para sua família."

Girei em torno do meu próprio corpo a procura do dono da voz e nada.

- O que você ouviu?- a voz do Minho me trouxe a realidade.- Han, me diga o que ouviu.

- Você vai mandar me internar se eu falar.- ri sem graça.

Ele respirou fundo de novo.
Agora de pé eu pude ver ele melhor.

Ele tinha um corpo perfeito, seus abdômen era definido, seus braços eram grossos e agora olhando mais calmo, sua cicatriz era mais delicada do que a minha.
Engoli seco o admirando.

Ele virou de costas e eu o ouvi sussurrar.

- Chegou a hora. Eu vou lhe contar tudo.

Eu dei um passo para trás.
Do que aquele louco estava falando?

Assim que eu voltou a me olhar seus olhos estavam arregalados.

- Não me diga que você ouviu.

- Você sussurra muito alto.- respondi dando mais um passo para trás.

Ele inclinou a cabeça para o lado confuso.

- Mas eu não sussurrei Han, o que você acabou de ouvir foi um... um pensamento.

Agora quem arregalou os olhos foi eu.

Será que eu tinha me drogado na noite anterior e todo esse dia maluco não passava de uma alucinação?

Nada.
Absolutamente nada fazia sentido.

-  A gente precisa sair daqui, eles já sabem onde estamos.

Ele veio andando rápido na minha direção e me abraçou.
Seu corpo frio fez eu me encolher, mas seu toque foi rápido demais, quando menos percebi estávamos em um quarto.

- Eles não podem entrar aqui.

- Eles quem?

- Ninguém, nem anjos e nem demônios. Aqui você está seguro, eu estou lhe protegendo de todos até que decida de que lado vai ficar.

- Do que você está falando? Anjos? Demônios? Você só pode está...

Então eu me lembrei dos sonhos.
De todos os demônios que me atormentam a vida toda.

Eles eram reais?

Se existiam mesmo anjos, onde eles estavam? Por que não estavam me protegendo?

- Estamos aqui para conversar, faça todas as perguntas que julgar necessário.

Eu mal conseguia respirar.
Ver o Minho sem camisa vindo na minha direção foi a última coisa que eu vi antes de tudo escurecer.

Surrender - Em busca da rendição - Livro 1 (Minsung)Onde histórias criam vida. Descubra agora