Capitulo 9

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Lee Minho

- Ele não reagiu como você imaginou.- Bang Chan me falou assim que eu pisei no céu.

- Já falei para você não me espionar. Não confia em mim irmão?

- Você falou que iria contar a verdade, queria que eu ficasse aqui sentado esperando você voltar?- ele falou rindo.

Eu o encarei sério.

- Irmão, parece que você esqueceu quem eu sou. Não pense que é superior a mim, não pense que me controla como faz com os outros.

- Está planejando uma rebelião contra seu irmão por conta daquele ser desprezível?

- Não, mas quando lhe contei sobre meu plano você concordou em não se meter, deu a sua palavra, não é isso que está acontecendo. Mandar dois anjos sem a minha autorização? Acho que sua palavra não está valendo nada.- falei enquanto me sentei na minha poltrona no salão principal.

- Irmão, quantos anos você tem agora?  580? Eu tenho mais que o dobro da sua idade e você ousa me desrespeitar?

- Pelo visto você não aprendeu nada durante todo esse tempo. Respeito não se pede, você com suas atitudes que fizeram eu agir assim, não venha jogar a culpa em mim, só estou seguindo o plano que fizemos inicialmente.

Ele só riu e saiu da sala.

Eu precisava pensar. Pensei que o feitiço que tinha feito tinha barrado a entrada de anjos no quarto do Han, talvez só funcionasse presencialmente, mas ele ainda conseguia o monitorar.

Fechei meus olhos e pude o observar. Eu conseguia vê-lo por que perdi minha graça assim que ele nasceu, eu definitivamente não era um anjo comum, o feitiço não funcionava para mim.

Agora ele estava bebendo soju, já estava na segunda garrafa. Como ele bebeu tão rápido?
Nenhum sinal de demônio, porque eles estavam tão quietos?
Isso nunca foi um bom sinal.

Continuei o observando. Ele tinha tirado a camisa e sua cicatriz quase brilhava com a luz que passava pela janela. Passei os dedos na minha.

Por que estávamos ligados?

Ele levantou da cama e tropeçou na sua camisa. Esperei ele se levantar, mas nada. Nenhum um músculo se quer se contraiu.

Em um piscar de olhos eu estava em seu quarto. Han ainda estava jogado no chão.

- Han?

Sem resposta.

Estendi os braços para lhe tocar mas fiquei com medo. O calor do corpo dele me despertava sensações da qual não tinha certeza se tinha controle.

Chamei seu nome mais uma vez e nada. Resolvi ignorar os pensamentos e o carreguei do chão e coloquei na cama.
Sentei no seu lado para verificar se ele estava machucado, mas tinha apenas um pequeno arranhão na testa.

Infelizmente não tinha mais meu poder de cura, então ele iria precisar passar alguns dias com a testa machucada.

Eu ri, eu nunca tinha de fato cuidado dele, a única coisa que fiz foi o observar e impedir que os demônios chegassem perto dele, mas nunca cuidei de verdade.

Diversas vezes do céu, eu o vi chorar. Nunca mexi um músculo se quer para ajudá-lo. Mas hoje, alguma coisa foi diferente, vê-lo desesperado por conta da descoberta, pareceu que meu coração se partiu em milhares de pedaços.

Desde que fui arrastado sem motivo algum para o seu quarto durante a madrugada, eu me sentia diferente, mais fraco, alguma coisa tinha mudado. Só precisava saber o que.

Sacudi a cabeça e resolvi me levantar da cama dele e retornar para o céu, mas fui impedido quando suas mãos agarram minha camisa.

- Minho? C-como você entrou? Eu tranquei todas as entradas.- ele falou com os olhos semi abertos.

- Eu não preciso de uma chave Han. Você precisa descansar.

- Claro... - com uma certa dificuldade ele sentou na cama e ficou me encarando.

Engoli seco. O por que dessa proximidade justamente agora?

- Você pode me tirar uma dúvida antes de ir embora?

- Claro.

- A sua beleza é justificada por que você é um anjo?

Eu ri.
Ele retribuiu com um sorriso bobo.

- Na verdade não.- vi ele ficar triste.- Se você fosse capaz de ver a minha forma real, seus olhos queimariam, literalmente.

- Mas seu rosto é tão...- ele parou de falar assim que tocou o meu rosto.

Seus dedos percorreram da minha sobrancelha até as bochechas, esse pequeno toque foi suficiente para me arrepiar.

Fechei os olhos assim que tocou os meus lábios com o polegar. Anjos não sentiam desejos, fiquei tentando encontrar justificativa para o que estava sentindo.

Meu coração acelerou os batimentos e senti pequenas gotas de suor se formarem em minha costa.
Abri os olhos e ele estava mordendo os lábios.

- Minho... você pode ficar aqui essa noite?

- Han, eu...- vi seu semblante mudar, agora ele parecia com raiva.- Você estava tendo pesadelos de novo?

- Agora não, mas provavelmente eles virão...- ele cruzou os braços sobre o peito.

- Bom, não tenho nenhuma tarefa no céu. Posso ficar aqui essa noite.

- Você pode dormir na cadeira.- ele falou sorrindo.

- Eu não preciso dormir Han.- eu respondi sorrindo.- Mas irei ficar na cadeira, vá dormir agora.

Ele concordou com a cabeça e deitou novamente. Finalmente tinha ido dormir.

Surrender - Em busca da rendição - Livro 1 (Minsung)Onde histórias criam vida. Descubra agora