Capítulo 5

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Han Jisung

Mais pesadelos.
Quando ele iriam embora?

Levantei da cama suado e pude jurar que tinha alguém me olhando no canto do quarto. Liguei a luz, mas não tinha nada.

Fui ao banheiro e joguei uma água no rosto. Minha olheiras não sumiam, os pesadelos estava piorando, mal conseguia dormir a noite.

Respirei fundo.
Por que diabos eu tinha vindo para esse mundo?

As aulas na faculdade iriam começar, o pessoal aqui o orfanato estava feliz, muitos garotos daqui não seguiam essa vida.

Idiotas.

Artes.
Eu nem acreditava que finalmente eu tinha conseguido, tinha acabado de completar 20 anos. Passei 2 anos tentando entrar na universidade, eu consegui.
Sorri para mim mesmo no espelho.
Voltei para cama e olhei a janela, já estava quase amanhecendo. Resolvi colocar um casaco moletom e ir correr ao redor do orfanato, já que que não iria mais morar aqui, queria me despedir.

Assim que sai do prédio bateu o arrependimento, o vento frio fez meu corpo se arrepiar mesmo com o casaco.
Mesmo assim desci as escadas e comecei a me alongar.

A sensação de está sendo observado estava piorando a cada dia também, sempre estava em alerta, o perigo parecia que chegaria logo.
Dei de ombros.
A minha psiquiatra disse que estava fechando o meu diagnóstico, mas provavelmente era alguma doença que tinha alucinações.
Sonhar com demônios não era tão comum assim.

Dei a primeira volta no prédio e já senti meu corpo esquentar, sorri com a sensação.

Na segunda volta, tinha um galho no caminho... ele já estava aí?
Desviei dele e continuei.
Na quarta volta eu ouvi um sussurro.

"Han, atrás de você!"

Assim que virei, tropecei no galho que tinha visto anteriormente.
Nada.
Não tinha ninguém.
Meu coração batia rápido, o sussurro não era real, falei enquanto bati na minha cabeça.

- Não se machuque assim Han.- ouvi uma voz ecoar do nada, e logo vi uma mão sendo estendida.

Olhei assustado.
O homem era branco demais, e estava usando o sobretudo todo preto. Nem estava tão frio assim.
Eu me levantei sozinho e o homem riu.

- Era pra você ser mais educado, mas tudo bem.- ele deu de ombros.- Me chamo IN.

- Pelo visto você já sabe o meu nome...

- Lógico que sim, você é importante garotinho.

O que esse homem louco estava falando?

- Se afaste dele IN.- uma voz grossa ecoou atrás de mim e senti meu pelos se arrepiarem.

Virei imediatamente para olhar e vi o homem mais lindo que meus olhos já enxergaram.
Sua pele pálida parecia brilhar com a pequena quantidade de luz do sol que tínhamos agora, seus cabelos castanhos escuros estavam alinhados perfeitamente em sua cabeça, seus lábios estavam rosados e perfeitamente hidratados.

Até passei a língua para umedecer os meus.

O segundo homem vestia um sobre tudo cor azul claro, uma camisa branca de botões e uma calça social azul escura.

- Ah, você está aí Minho. Não pude sentir você, cheio de segredinhos...

- Eu sempre estou aqui, você ainda não percebeu?- ele falou, sua voz parecia esta me entorpecendo.

Ele não me olhava, sinto que se ele fosse isso, eu me quebraria por inteiro.
O que esses dois estavam fazendo? Dei um passo para tentar sair do meio deles.

- Onde você pensa que vai?- o Tal do IN falou sério comigo.

Senti uma respiração no topo da minha cabeça.
Só podia ser ele.

- Já está na hora de você ir IN, não vai querer prolongar essa conversa, acho que seus amigos já avisaram o que acontece.

Vi o IN estremecer. Ele me deu uma última olhada e sorriu, no automático retribui o sorriso. Por que fiz isso? Seu olhar ficou com um tom convencido.

- Você pode tentar adiar essa história Minho, mas já sabe como vai terminar.- ele falou sorrindo de lado.

O outro cara não falou nada.
O IN foi andando e quando eu não pude mais o enxergar, me virei.

E lá estava ele, parecia bem mais alto agora a julgar pela proximidade que estávamos.

- Er... eu estou de saída.- falei tentando sair da frente dele.

- Ainda não Han.- ele falou.

Todo mundo sabia o meu nome?

Ele estendeu dois dedos frios e tocou minha testa, senti o braço esquerdo ficar próximo do meu corpo.
O que diabos ele estava tentando fazer?

Ele ficou confuso, inclinou a cabeça para o lado, tirou os dedos gelados e colocou de novo.

Nada.

- Por que você não desmaiou?- aquele pergunta parecia mais para ele do que para mim.

Ele estava drogado?
Resolvi me afastar assim que ele começou a olhar para seus próprios dedos.

- Nem pense em dar mais um passo.- ele falou.

E pela primeira vez ele me olhou nos olhos.
Podia jurar que seus olhos castanhos tinham brilhos dourados, ele me olhava sem expressão alguma enquanto meu coração parecia que iria explodir dentro do peito.

- O-o que você quer?- perguntei gaguejando.

- Quantos anos você tem?

- Eu fiz 20 ontem e....

Ele virou de costa e pareceu ter ficado pensativo. Suas costas eram largas e tinha vontade de trocá-las. Assim que estendi meus braços ele virou.

- Você sabe o meu nome?

- Que pergunta idiota é essa?

Ele me olhou sério, engoli seco.

- O tal do IN falou seu nome diversas vezes.... Minho.

Seu corpo oscilou, e ele piscou algumas vezes antes de me olhar novamente.

- Diga de novo.

Ele era surdo?

- Minho.- falei mais forte agora.

Seus olhos piscaram algumas vezes antes deles se fecharem por completo.
Tentei segurar seu corpo mas foi em vão.

Nos dois caímos no chão.

Surrender - Em busca da rendição - Livro 1 (Minsung)Onde histórias criam vida. Descubra agora