Um mês depois.
Com certeza alguém já usou aquela expressão "Tava bom demais para ser verdade" com você ou perto de você. E a relação entre mim e Austin vivia dentro dessa expressão.
Eu estava com um filho dele em meu ventre, e aos poucos a ficha foi caindo. Contamos aos meus pais, que receberam a notícia felizes, diferente do que achávamos, meu pai sorria durante a chamada de vídeo o tempo todo. Contamos para pouquíssimas pessoas, esperando que aquela notícia não chegasse as pessoas erradas.
E agora, aqui estava eu, olhando a linda paisagem de minha varanda temporária, com o celular em minhas mãos e tentando manter a pouca calma que ainda existia.
Não sei como diabos a notícia estava em todo lugar. Algumas mais tendenciosas que outras, mas ainda sim, a notícia estava ali, clara para qualquer pessoa ler.
Não fazia sentido. Não até Austin entrar pela porta do apartamento e vir ao meu encontro.
— Eu sei que queríamos anunciar só quando você completasse os quatro meses — Diz ele me abraçando pelas costas — Eu sinto muito.
Apenas balancei a cabeça em concordância. Não queria me importar tanto com aquilo, como estava. Mas estava.
Não via Austin a dois dias, as gravações estavam consumindo todo o tempo dele.
— Senti sua falta — Me virei e selei meus lábios nos dele. Ele retribuiu mas logo se afastou — Está tudo bem? — Perguntei o olhando se afastar.
— Só estou cansado — Ele respondeu e sorrio sem mostrar os dentes.
Não era só isso, mas por enquanto me contentei com aquela desculpa.
Conversamos sobre coisas bobas antes de Austin pegar sua toalha e ir até o banheiro. Austin estava estranho a mais ou menos uma semana, estava distante, pensativo. Eu sempre estava ali, perguntando se estava tudo bem, e a resposta era sempre a mesma — É só cansaço.
Decidi confiar cem por cento nele, mas hoje quando se afastou de mim, aquilo me fez ligar a luz de alerta.
Decidi me deitar no sofá, enquanto ele estava no banho. Passei alguns poucos minutos assistindo um programa de culinária, quando senti algo vibrar perto de minha perna. Era o celular de Austin.
O peguei em minhas mãos e observei que tinha algumas chamadas perdidas de um número que não estava registrada no celular, coloquei o aparelho na mesinha de canto e voltei minha atenção para a TV.
Austin e eu nunca tivemos problema algum em mexermos um no celular do outro, nunca foi um problema. Então quando o aparelho vibrou novamente, resolvi olha-lo e ali havia alguma mensagens. Debloquiei o mesmo, e abri.
— Ual, essa pessoa está querendo mesmo falar com ele — Digo rolando para cima.
Quando comecei a ler as mensagens, não estava entendo nada. Mas em um instante, eu gelei e me sentei.
Quarta-feira
Número desconhecido: Voce realmente vai me ignorar? 00:00am
Número desconhecido: Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu aquele dia. 00:00amQuinta-feira
Número desconhecido: Austin, te procurei no set e me disseram que você tinha ido embora. Por favor, a gente precisa conversar. 07:00am
Número desconhecido: Prometo que irá ser apenas uma conversa. Não podemos fingir que nada aconteceu.