O melhor nesse momento, era ficar longe de Austin. Tentar ignorar todos os problemas que cada vez mais, eram expostos na Internet. Ele tentou me ligar algumas vezes, depois que a notícia da traição estava espalhada, atende-lo não resolveria nada.Agora, Paola estava no banho, enquanto eu estava passando de canal aleatoriamente. Nos últimos dias, era o que eu mais fazia.
Estava evitando retornar as ligações de meus pais, apenas lhe mandei uma mensagem os tranquilizando e dizendo que estava tudo bem, agora eu não precisava de mais perguntas e nem mais choros. Resolvi que assim que chegasse em minha casa, iria os visitar e passar um tempo com eles.
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Depois de um belo banho, Paola insistiu que fossemos almoçar em algum lugar, mas para evitar tantas pessoas curiosas, resolvemos comer no restaurante do hotel. E aqui estávamos nós..
— O vídeo do soco, ficou incrível — Paola diz de forma divertida — Bati tão certinho, que nem meus dedos estão doendo.
Ri rapidamente com o comentário — Espero que Austin esteja bem, o nariz é algo importante para a carreira dele.
Paola revirou os olhos e me mostrou a língua — Eu sei que não é um bom momento para isso, mas conversei com o Moos, ele me explicou tudo e eu realmente acho que isso tudo, está...
— Por favor, só vamos almoçar, ok? — Digo interrompendo minha amiga.
Ela aceitou em um aceno e assim fizemos, almoçamos entre conversas e até algumas risadas, Paola tinha essa facilidade em me fazer sorrir, mas o sorriso que estava em meu rosto, desapareceu rapidamente.
— Paola — Digo me levantando e colocando a mão em meu baixo ventre — Tem alguma coisa errada — Falo e sinto uma cólica forte, que me faz segurar na mesa e me inclinar para frente.
— Calma — Paola diz se levantando e indo ao meu lado — Vamos para o hospital, agora — Ela diz pegando seu telefone e pedindo um uber.
Não sei exatamente quanto tempo o carro demorou, mas tive a sensação que demorou uma eternidade. As dores só aumentavam, e no momento que me levantei novamente para ir até o carro, senti algo quente escorrer pelas minhas pernas.
— Eu estou perdendo o bebê — Digo assustando Paola que me olha com os olhos arregalados — Eu estou perdendo ele.
Paola não me respondeu, apenas olhou em minhas pernas, que estavam descobertas pelo vestido fino e pegou em minha mão me ajudando a entrar naquele carro.
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Austin.
Depois de levar aquele soco e ter fraturado um osso do nariz, aqui estava, sentado na porra de sala de espera de um hospital.
Meu celular vibrou e o nome de Paola brilhou na tela. Não pensei e atendi a ligação.
— Você é a última pessoa que eu esperaria que me ligasse — Digo e não ouço nada.
— Cala a boca — Ela disse nervosa — Estou dando entrada com Sarah nesse exato momento no hospital próximo do hotel onde estamos, ela não está bem — Ela diz e eu me levanto rapidamente.
— O que aconteceu? — Digo indo correndo para a saída do hospital, quando me deparo com Paola na recepção.
Encerro a ligação e corro até ela.
— Cadê a Sarah? — Falo alto e desesperado.
Paola me olha com raiva — Ela está lá na dentro — Apontou — Ela teve um sangramento e eu estou pedindo muito a Deus que...
— O bebê? — A interrompo — Puta merda.
Resolvi não discutir mais, eu só precisava de notícias de Sarah e do nosso bebê. Eu não aguentaria perder nenhum dos dois.
Por cerca de meia hora, nenhum médico nos deu nenhuma noticia. Paola estava quase gritando com as enfermeiras e eu estava a todo momento usar a merda do meu nome para conseguir alguma informação.
Quando a sala onde Sarah estava, se abriu, um médico saiu de lá e veio até nosso encontro.
— Parentes da Sarah... — Ele começou mas o interrompi.
— Aqui — Digo me aproximando e sentido Paola ao meu lado.
— Você é..? — O medico me pergunta.
— Namorado — Respondo e sinto Paola me olhar.
— Ex namorado, mas pai do bebê — Paola diz e eu a olho.
— Ok — O médico diz e nos guia para uma sala mais privada — Já comuniquei a paciente, que me implorou para saber de notícias. As notícias não são muito boas... Ela teve um sangramento forte e infelizmente um descolamento da placenta, quando ela deu entrada o sangramento já estava extenso, mas por um milagre conseguimos controlar e os dois estão bem.
Eu ouvi aquilo, eu ouvi. Deixei as lágrimas rolarem no meu rosto e em pensamentos só pude agradecer a Deus.
Eles estavam bem. Vivos.
— Podemos ve-lá? — Paola perguntou.
— Logo poderão — O médico responde e se afasta.
Olho para Paola que me olha com uma cara mais suave. A abraço sem permissão e choro — Me desculpa, me desculpa por ter ferido ela, nunca foi minha intenção...
E ela me abraça e só sussura um — Eu sei — E ali fico por algum tempo, até meus soluços pararem.
— Eu vou te ajudar a descobrir a verdade — Paola diz e me surpreende — Falei com Moos e concordo com ele, eu não sei o que vocês fizeram aquela noite, mas nada se encaixa.
— Eu não me lembro de nada a partir de um determinado momento — Digo e ela concorda.
— Eu espero que o que eu tenha em mente, seja realmente o que aconteceu — Ela diz e eu a questiono com um olhar — Eu acho que aquela vadiazinha te...
E o médico nos interrompe, liberando nossa entrada na sala, onde Sarah estava.
Respirei fundo, limpei meus olhos e dei um passo para frente.
Eu reconquistaria Sarah, custe o que custar.