Alcançado pelo Destino - Série Fascínio Grego - Livro I (COMPLETO)

Capítulo 17

Cada oração de uma mãe

Cada criança conhece

Conduza ela para um lugar

Guie ela com sua graça

Para um lugar onde ela estará salva

Celine Dion - A Mother's Prayer

A EMOÇÃO DE SEGURAR seus trigêmeos nos braços era algo inesquecível e inexplicável para Artemis. Seus queridos filhos, os quais seriam o motor para continuar com seus objetivos de vida. Artemis chorava e se arrepiou ao segurar os três pequenos. Eles choravam por não estarem mais no ventre confortável da mãe, por já estarem neste mundo. Logo após dar à luz, os bebês precisaram ir para a incubadora devido ao nascimento prematuro, mas a enfermeira Daphne, que vinha ajudando Artemis, a acalmou quando ela chorou ao ver seus filhos saírem de seus braços.

Nikos acabou tendo problemas respiratórios, Georgios teve um desconforto e Angelos nasceu menor que os irmãos. Artemis se preocupava ao extremo, afinal, o seu instinto maternal estava muito mais aguçado do que o normal e ela queria estar com os filhos mais do que nunca. De acordo com os médicos, eles precisariam ficar duas semanas ali, para receberem os cuidados necessários e poderem deixar a incubadora saudáveis, podendo retornar para casa. Artemis havia sentido uma pontada no peito ao pensar que deixaria os filhos lá, contudo, novamente foi tranquilizada por Daphne.

O tempo passou, Artemis teve que se adaptar à sua nova realidade e naqueles catorze dias, ela havia visitado os filhos todos os dias, permanecendo por horas ao lado deles. Ela sentia o peso das responsabilidades nas costas, o grande peso de ter que cuidar dos filhos sozinha, sem absolutamente ninguém ao seu lado para ajudá-la. Daphne havia sido essencial naquele momento, lhe dando orientações acerca do pós-parto e lhe auxiliando em alguns momentos que Artemis havia precisado também. Isso quando Daphne não estava no trabalho e quando ela estava de folga, facilitado pelo fato de serem vizinhas.

[...]

O TEMPO FOI PASSANDO e elas ficaram muito próximas, desenvolvendo uma grande amizade. Devido a isso, Artemis pediu à Daphne que fosse a madrinha de Georgios, Nikos e Angelos. Em um momento, quando estava amamentando os filhos, Artemis chorou por ainda estar fragilizada e ter passado por todas aquelas dificuldades. Tudo devido à ganância e à perversidade daquele maldito. Deixando as lágrimas caírem dos olhos verdes, Artemis aconchegou mais os filhos, dando-lhe o leite que precisavam. Após colocar os bebês para dormir, ela observou como o clima estava mudando e a temperatura da cidade começava a baixar, anunciando o inverno frio que viria pela frente.

Em uma tarde, na frente da janela, sobre o aparador, ela abriu uma gaveta e puxou algumas fotos que a lembraram dos alegres instantes experienciados ao lado da tia. Em uma foto, havia ela e Iliana sobre os cavalos, em que Artemis deveria estar com dez ou onze anos. Em uma outra imagem, trabalhando no escritório, ela não percebeu que Artemis havia lhe tirado uma foto com a máquina fotográfica que lhe havia sido recém-presenteada. A morte dos pais e da tia, há um ano e meio, ainda lhe abalavam. Toda sua família estava morta, não havia ninguém para apoiá-la naquele momento difícil, mas ela tinha fé de que tudo se ajeitaria. Ela tinha um bom emprego, que lhe dava uma chance de crescimento dentro da empresa, além de flexibilidade para cuidar dos filhos agora, que não podiam estar dentro de uma creche.

Por enquanto, enquanto estava de licença-maternidade, tudo o que poderia fazer era realizar os cuidados de pós-parto recomendados pelos médicos, fazendo uma alimentação saudável acompanhada de uma nutricionista, yoga e alongamento em casa, para manter a rotina de exercícios físicos. À medida que os meses foram passando e ela ia se recuperando, Artemis continuou os exames com os bebês com a pediatra, acompanhando o desenvolvimento infantil. A rotina de Artemis era acordar muito cedo, tomar banho e alimentar os bebês pela primeira vez ao dia, tirando o leite materno antes de passar para as tarefas domésticas.