Alcançado pelo Destino - Série Fascínio Grego - Livro I (COMPLETO)

Capítulo 33

O que eu faria sem a sua língua afiada?
Me atraindo e me afastando
Minha cabeça está girando, sério
Eu não consigo te decifrar

O que está acontecendo nessa mente linda?
Estou em sua jornada mágica e misteriosa
E eu estou tão tonto, não sei o que me atingiu
Mas eu ficarei bem

John Legend - All of Me

MANOS FICOU COMPLETAMENTE surpreso com a revelação feita por seu avô dias atrás. Seus olhos se arregalaram diante da notícia, enquanto ele tentava encontrar palavras para expressar o que sentia. No entanto, apesar da generosidade de seu avô em considerá-lo digno de receber uma grande fortuna, Manos se sentia incapaz de aceitar todo aquele dinheiro. Naquele dia, Manos abaixou os olhos por um instante, contemplando suas próprias emoções conflitantes.

Secretamente, ele já havia pedido ao seu advogado, Andriannos, para redigir um documento especial sobre aquela fortuna. Ele queria garantir que Artemis e as crianças tivessem um futuro seguro e próspero, algo que ele não teve. Não queria que os filhos trilhassem seu caminho, que tivessem dificuldades financeiras ou, muito pior que isso, que se tornassem um criminoso como ele foi. Manos deveria garantir que eles estivessem protegidos, mesmo que aquilo significasse abrir mão de todo aquela grana.

Ele confiava em Andriannos, sabendo que ele cuidaria dos interesses de Artemis e das crianças de forma justa e adequada. Era um gesto de sua redenção, uma tentativa de corrigir os erros do passado e oferecer um futuro promissor para aqueles que ele prezava. Contudo, enquanto isso, aquela atitude havia sido tomada em segredo, esperando pelo momento oportuno para revelar suas intenções à Artemis. Ele estava determinado a construir um novo caminho para sua família, onde o amor, a confiança e a segurança prevalecessem sobre as sombras do passado. Naquela mesma semana, Artemis ligou para responder sobre a autorização de deixar os filhos irem à Espanha.

- Manos, eu aceito que os trigêmeos vão à Espanha. Eles estão muito animados com a ideia.

- Isso é ótimo. Mas, e você, vai se juntar a nós?- A voz de Manos transmitia um misto de alegria e apreensão..

- Sim, eu irei, mas apenas por causa da minha falta de confiança em você. - A resposta de Artemis era carregada de desconfiança.

Mesmo falando com ela ao telefone, um sorriso sincero surgiu no rosto de Manos, mesmo que Artemis não pudesse vê-lo.

- Eu entendo suas preocupações, mas eu não sou mais o mesmo homem que você conheceu em Meganisi. Eu jamais faria mal a você ou aos nossos filhos.

- É fácil para você falar assim. - Sua voz era ácida e cheia de amargura. - Você nunca soube o mal que você me causou, destruindo minha vida inteira.

Antes que Manos pudesse dizer mais alguma coisa, Artemis desligou o telefone com raiva, deixando-o em um silêncio abrupto e doloroso. Manos ficou ali, segurando o celular em sua mão, enquanto o peso das palavras de Artemis ecoava em sua mente. Ele sabia que ainda havia muito a ser resolvido entre eles, mas ele estava determinado a provar a ela que mudou e que era capaz de amar e cuidar de sua família.

Uma semana depois...

COM UMA EXPRESSÃO determinada, Artemis começou a preparar os pertences dela e dos filhos para a viagem à Espanha. Cada objeto que ela colocava na mala era uma mistura de ansiedade e desconfiança, porque ela sabia que não podia confiar naquele maldito, mesmo que ele aparecesse pintado de ouro diante dela. Não suportava a presença dele. Engolia sapos somente em razão dos filhos, que o adoravam. Contudo, ao organizar as malas dos trigêmeos, ela não pode evitar sentir uma pitada de alegria ao ver a animação estampada nos rostos dos filhos. Ela não queria que eles pagassem pelos erros do pai e faria o possível para protegê-los durante aquela viagem. Ela gostaria que os filhos tivessem uma experiência memorável na Espanha e que eles aproveitassem cada momento e voltassem felizes.