Capítulo 25

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Ilusão nunca se transformou

Em algo real

Eu estou bem acordada e eu posso ver

O céu perfeito está despedaçado

Você está um pouco atrasado

Eu já estou despedaçada

Natalie Imbruglia - Torn


QUINZE DIAS SE passaram e Artemis teve de fazer um jogo de cintura para lidar com a pressão no trabalho, por meio de seu supervisor, que vivia cuidando o que ela fazia, as aproximações de Manos, que fingia que ela não percebia nada e os trigêmeos. Nesse ínterim, devido à sua grande insistência, ela teve de conversar com os gêmeos, alegando que o "amigo" e "chefe" dela os havia convidado para um passeio à tarde no parque, para aquele final de semana. Mesmo desconfiados, como ela conhecia o jeito dos filhos, eles aceitaram passear e compartilhar algumas horas ao lado de Manos Karagiannis. No que tangia a Manos, ela não aguentava mais aquelas olhadas confusas, suas passadas pelo corredor e o encarar insistente dele sobre ela. Realmente, aquele homem parecia determinado a tirar seu sossego e sua paz de espírito. Contudo, ela lutava com todas as suas forças para que aquilo não acontecesse.

Então, o fatídico dia do passeio chegou, em que Artemis levou os filhos de trem rumo ao Jardim Nacional, um parque idílico no centro da metrópole, onde se encontraram com Manos. Ele vestia uma roupa casual, sem aqueles ternos que o deixavam com o ar ainda mais opulento e poderoso, que, de fato, era o que ele representava. Os trigêmeos foram em grande pique e, assim que olhos de Artemis se encontraram com os dele, ela sentiu uma grande e palpável corrente entre os dois, o que ela não gostou nada. Pela expressão masculina, Manos também havia percebido esse detalhe.

O Jardim Nacional era uma área de recreação com sombra para relaxar e passear, abrangendo quase dezesseis hectares e incluía uma rica flora, exuberantes canteiros de flores e várias esculturas. Ocasionalmente, encontravam-se ruínas da antiguidade, como os restos da fundação de um templo, o piso de mosaico de uma antiga vila romana ou os restos de um antigo cano de água. Especialmente nos fins de semana, o Jardim Nacional era um local muito procurado pelos gregos, sobretudo para desfrutar de bebidas no pequeno café no lado leste da extensa área. No espaço, havia cerca de quatrocentas espécies de animais selvagens e o chafariz com tartarugas, que também era muito apreciado pelas crianças. Eles também tinham à sua disposição um parque infantil, onde Artemis objetivava levar os filhos.

- Que ótimo que aceitaram meu convite, meninos! - Manos expôs.

- Se você é um amigo da nossa mãe, também pode se tornar nosso amigo! - Nikos respondeu.

    Manos olhou provocativamente para Artemis enquanto cumprimentava os dois filhos e ela, com muita raiva e indignada com aquela situação toda, decidiu virar a cara e fingir que contemplava aquela imensidão verdejante.

- O que acham de conhecermos mais sobre aquelas flores ali e, depois, vermos os animais?

- Vamos lá!! - Falou Angelos, animado, aos irmãos.

    Eles passearam e aproveitaram o que Jardim podia oferecer, observando as mais diversas espécies de árvores, arbustos e flores exóticas que eram exibidas ali, além de contemplarem os mais belos animais. Mais tarde, Artemis decidiu que estava na hora de revelar aos filhos que aquele homem era o pai deles, mesmo que fizesse isso com demasiada ojeriza. Aquele homem era uma praga, o qual não queria se afastar dela por nada e parecia fazer aquilo deliberadamente. Quando todos se aproximaram de um dos chafarizes do parque, que era ladeado por ciprestes e flores vermelhas e cor de rosa, Artemis sentiu um frio na barriga e pediu para que os filhos se aproximassem dela, deixando Manos estava um pouco afastado deles.

Alcançado pelo Destino - Série Fascínio Grego - Livro I (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora