meu amor era uma montagem

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oi, tudo bem?

primeiramente, gostaria de agradecer pelos comentários positivos com relação à história. fico muito feliz, de verdade, e sou muito grata por tudo.

espero que vocês gostem desse capítulo. como eu venho dizendo, é um pouco difícil traduzir os sentimentos da helô, mas tô fazendo o possível para eles ficarem bem evidentes pra vocês.

no mais, é isso. boa leitura e desculpem qualquer errinho! tô me esforçando ao máximo pra não ter nenhum, mas às vezes passa um escorregãozinho, rs.

aproveitem!

***

— Você faria isso por mim, doutora? Cuidaria da delegacia um minutinho?

Heloísa analisou o olhar praticamente suplicante do colega de trabalho encarando-a. Tecnicamente, ela ainda não tinha voltado oficialmente para o cargo de delegada, e quando assim fizesse, duvidava muito de que seria alocada de novo para o mesmo local que trabalhava no passado. Não podia simplesmente voltar à ativa sem nenhum tipo de lei que a regulamentasse ali dentro. Com certeza ela estaria infringindo as regras.

— Não sei, não, Barros. – Suspirou, colocando as mãos na cintura. Se não estivesse de passagem para visitar o amigo e avisá-lo que tinha acabado de voltar de Atlanta, a mulher provavelmente teria gastado o seu penúltimo dia de folga inteiro de pernas para o ar, com a mente vazia. De uma forma ou de outra, estar ali a deixava ocupada e longe dos truques da sua mente. — Você sabe que eu te adoro, mas eu não posso. Ainda não sei em que delegacia vou ficar.

— Mas é no Rio?

— Talvez na região metropolitana. – Helô escorregou os olhos para uma pilha de processos que estava distribuída na mesa do agente, a qual já cativava a sua atenção havia algum tempo. — Vem cá, quê que é isso aqui?

— Os processos que têm que ser revisados – Barros fez cara de tédio. — O doutor Bruno não gosta de dar atenção pra eles, diz que é perda de tempo. Eu até leio alguns, doutora, mas sabe como é... Aqui é corrido.

— E cadê esse doutor Bruno?

O policial deu um risinho:

— Aí só Deus sabe, doutora.

Heloísa bufou, olhando ao redor. É claro. O sistema estava cheio daqueles profissionais descompromissados, que abandonavam seus locais de trabalho praticamente à deriva e depois deixavam cair na conta da instituição. Era sempre aquele ciclo vicioso de descaso, e isso a irritava bastante.

— Quer ajuda pra ler?

— E não era a doutora que achava errado cuidar da delegacia alheia? – O colega achou graça, arrancando um sorrisinho de Helô que iluminou o seu rosto.

Ela era muito grata pelo amigo. Depois de Maitê, foi a pessoa que mais lhe apoiou a tirar a licença e ir cuidar de sua saúde nos Estados Unidos, perguntando sempre sobre como ela estava seguindo no exterior.

— Mas aí eu não vou tomar conta da delegacia dos outros sem me caber, né, Barros? – A mulher de cabelos acobreados piscou, mexendo a cabeça em negativo. — Vou só te auxiliar no serviço que deixaram aí. E vê se pára com esse negócio de "doutora".

— Tá bom, doutora. – O rapaz devolveu uma piscadela sem graça, puxou uma das cadeiras giratórias do gabinete para acomodar a amiga e, em seguida, colocou três processos intocados na mesa de madeira que ficava à frente da sua. — Aí, ó. Pode usar a mesa do doutor Bruno. Ele nem vai se importar.

— Valeu, Barros. – Helô tomou o seu lugar temporário no gabinete, encarando o emaranhado de folhas que a deixavam entretida. Com cautela, a delegada começou a passar os olhos de uma por uma, lendo as linhas de maneira a procurar por eventuais erros nos processos.

chuva da meia noite (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora