eu te daria meu Sol, mas a chuva sempre virá se você estiver comigo

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oi, tudo bem?

estou meio atrasada, então vou deixar as dedicatórias para o último capítulo, só para não me esquecer de ninguém. no geral, agradeço por todas vocês existirem e me darem apoio a continuar com essa história. obrigada, por hoje e por sempre.

as notas sobre esse capítulo estarão lá no twitter, porque não quero dar spoiler. além disso, peço perdão pelos erros que podem vir a surgir, já que fiz tudo um pouco nas pressas hoje.

amo vocês, boa leitura.

***

"Acordei pensando em você. Estou preocupado, por favor, me mande notícias assim que ficar tudo bem."

A mensagem estava ali, piscando, como um lembrete incômodo e que, ao mesmo tempo, lhe gerava ansiedade. Helô encarava cada uma das letras com precisão, apertando os olhos quase em linhas finas para lê-las, tendo a sensação de que havia acabado de ganhar na loteria.

A viatura balançava ao mesmo tempo que o sol nascia no céu, relembrando a todos dentro do veículo que mais um dia se iniciava. Enquanto cada um dos profissionais, sentados em seus respectivos lugares, refletiam sobre as suas vidas, Heloísa Sampaio sentia seu coração bombear dentro do peito.

Claro que estava nervosa. Em sua opinião, tinha sido uma semana conturbada, contando com todos os acontecimentos da ida de Téo ao hospital. Agora, para piorar a sua situação, que já não estava exatamente favorável, a delegada se via presa entre o início e o final daquela operação interminável, difícil e muito, muito perigosa.

E a grande questão era que agora ela tinha muito a perder, caso qualquer coisa não corresse conforme o planejado.

36 horas para a operação

Tudo começou no mesmo dia da emergência médica de Téo, quando ela e Stenio estavam no estacionamento do Hospital Jutta Batista e a mulher colocou os gêmeos no carro do marido, posicionando cada um deles em suas respectivas cadeirinhas, para que chegassem seguros para casa. Tanto o filho, quanto a filha, se encontravam adormecidos, e Helô chegou à conclusão de que não precisava se prolongar por ali. Seu dever como mãe já estava feito.

Mesmo com essa constatação, ao começar a se despedir do único adulto presente no local, no entanto, percebeu que não queria ir embora.

A delegada parou a sua figura na frente do homem de cabelos levemente grisalhos, cujo corpo estava igualmente estático e encostado na porta do de seu veículo, segurando a parte de cima do lugar para impedi-la de se fechar. Ele olhou para a esposa por um segundo, suas orbes passeando pelas linhas de expressão dela e, quando Sampaio menos esperou, percebeu que Alencar fixava a visão em seus lábios.

Era estranho, mas não tanto assim. Eles costumavam fazer aquilo com frequência quando eram namorados ou viviam sob o mesmo teto. Até mesmo quando ainda se encontravam, em tese, separados, aquele íntimo contato visual se fazia presente entre os dois, como um karma na vida de Heloísa.

Porque, se fosse para chamar aquilo de alguma coisa, seria de karma. Stenio Alencar era o seu fardo para a vida toda, a pessoa que movia, em parte, sua existência, e com quem ela compartilhava agora a guarda de duas crianças.

Maldito fosse. Era difícil se manter forte em suas convicções de ser uma mulher corajosa, quando amava tanto e tão profundamente aquele homem. Era difícil continuar centrada em se curar do que a tinha acometido no passado, quando queria desesperadamente mandar todos os bons costumes para o inferno e simplesmente se entregar aos sentimentos que guardava por ele.

Desejava cada centímetro do corpo do advogado; ele, que era a sua paixão da jovialidade. Muito mais do que esse papel, a razão por ela ser a mãe de seus filhos, literalmente.

chuva da meia noite (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora