eu voltaria no tempo e mudaria tudo, mas não posso...

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oi, tudo bem?

preciso fazer algumas menções especiais nesse capítulo. primeiro, ao terapia coletiva - sarah, jess e sabrina, amo vocês! obrigada por sempre. também à lou, por ser uma amiga incrível e por todas as luzes criativas que ela me traz. e às the onezetes, minhas queridas especiais. amo todas incondicionalmente.

gostaria de dedicar também à gi, que está sempre conversando comigo e me dando força para continuar com essa história. você é muito especial, sou grata por tudo!

e, por fim, mas não menos importante, para raquel. a sua amiga tamires me pediu que eu trouxesse um capítulo especial para o seu aniversário, então aqui está ele. parabéns e eu espero que você aproveite muito o seu dia!!!

não sei se esse capítulo ficou morno - eu sempre acho que todos ficam -, mas acho que ele vai ser importante para desenrolares futuros e para entendermos os sentimentos de alguns personagens. tem muito diálogo, mas também tem muitos ganchos para acontecimentos que ainda vão surgir.

é isso, espero que seja do agrado de todos. boa leitura!

***

Heloísa trocou a camiseta social pelo que pareceu a quarta vez naquela manhã. Nervosa, encarou a própria imagem no espelho de casa e ficou analisando cada traço da combinação de suas roupas, como se um fio de costura solto fosse capaz de lhe condenar como a adulta mais irresponsável do mundo.

Aquilo era bobagem. Não estava nem sequer indo ver um juiz da vara de família ou qualquer coisa do tipo. A sua tarefa era uma simples – talvez não tão simples assim – conversa com uma psicóloga infantil, mas Helô queria, acima de qualquer coisa, causar uma impressão boa e interessada.

Tudo começou no dia posterior à sua segunda ida ao casarão. Estava em êxtase graças aos dois avanços alcançados naquela única noite, na qual a chuva acabou atuando, ironicamente, como sua aliada; além do beijo protagonizado na rua de seu antigo lar com Stenio, ainda havia tido o diálogo franco que conseguiu dividir com o filho. Sutilmente, viu Téo se abrir com ela como nunca tinha acontecido desde a sua volta, e isso preencheu o seu coração de uma esperança estranha, mas boa.

Na ocasião, quando a delegada estava prestes a ir embora ao final da madrugada, o marido a abordou com notícias sobre a reunião que tivera na escola das crianças, indicando-a que ligasse para a psicóloga da equipe pedagógica e contasse ela mesma sobre o interesse que possuía em voltar a fazer parte da vida dos gêmeos.

Sendo assim, ele deu à esposa o número da mulher e a orientou que entrasse em contato no dia seguinte.

No final das contas, Heloísa acabou ficando ansiosa demais com a tarefa, imaginando como seria conversar com a "doutora Laura" em questão. Sua mente vagava ao longo de um milhão de possibilidades sobre a reação da mulher, como por exemplo, com medo dela não lhe achar madura o suficiente para reassumir a maternidade das crianças.

Sampaio passou o resto da madrugada praticamente inteira encarando o pequeno pedaço de papel que consistia no cartão profissional da psicóloga – entregue por Stenio –, o qual continha seu número de telefone, seu e-mail e mais algumas informações do trabalho dela.

Quando a manhã seguinte finalmente chegou, a delegada esperou a chegada do horário comercial, às oito – minutos antes do início de seu expediente na delegacia –, para escrever uma mensagem de texto para o telefone da doutora. Com os dedos trêmulos, começou uma linha de apresentações, a dúvida pairando como uma névoa em sua cabeça.

Ela tinha que estar fazendo a coisa certa.

Buscando coragem, sentou no banco de motorista de seu SUV, na garagem do prédio onde morava, e digitou rapidamente:

chuva da meia noite (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora