Capítulo 31

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         As palavras ainda estavam reverberando em minha mente, algo não estava cheirando bem, não confiava no Martinez nem com os olhos abertos, aquele homem sempre foi estranho e além disso eu sabia que ele não me acobertava quando procurava faz...

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         As palavras ainda estavam reverberando em minha mente, algo não estava cheirando bem, não confiava no Martinez nem com os olhos abertos, aquele homem sempre foi estranho e além disso eu sabia que ele não me acobertava quando procurava fazer justiça pois queria retirar um merda das ruas, ele gostava da morte, apreciava essas merdas. Era por isso que permanecia lá. 

         Então ouvi-lo falar daquela forma do meu amigo que nem estava aqui para se defender me deixou a ponto de cometer uma loucura. Para piorar ainda tinha que lidar com o Ramiro e o ódio que o motoqueiro estava sentindo, para falar a verdade, acho que "ódio" é pouco comparado ao que vi em seu rosto. Estava evitando encarar os seus olhos pois sabia oque veria lá, mas quando de fato os olhei, foi pior do que eu imaginava. Antes os olhos que me olhavam com paixão, agora me encaravam como se fosse o maior problema da humanidade, uma merda de ponta solta, um erro terrível que ele cometeu, e odiei admitir o quanto aquilo me feriu.

         E me irritava ainda mais pois eu sabia que não tinha o direito de me sentir chateada, eu não possuía o direito de pedir para que ele parasse de me olhar daquela forma quando foi eu quem procurou aquilo. Eu tinha que aguentar aquela situação até o julgamento. Mas o mais esquisito era que eu não me sentia ansiosa para comparecer ao tribunal, sempre que levei um criminoso a julgamento, ficava quase pulando de alegria e ansiedade em coloca-lo na cadeia, mas, dessa vez eu não me sentia assim.

         Estou apaixonada por esse homem, e a ideia de jogá-lo na prisão não é nada prazerosa, não quando eu conheço bem o sistema penitenciário. Ficar lá dentro por um curto período de tempo é capaz uma alma de uma forma irreversível, sinto me arrepiar apenas por pensar nele naquele lugar e rio internamente. Como fui idiota ao pensar no inicio que poderia separar as coisas como se meus sentimentos fossem meros objetos, descobri da pior forma que não posso fazer isso.

        Isso tudo poderia ser evitado. Toda essa dor poderia ser prevenida se ele fizesse o que pedi e entregasse a gangue. É culpa dele. Da teimosia, da negação dele, dessa fidelidade de merda  pra com esses idiotas criminosos. Ele mesmo está pedindo por isso, não há nada que eu possa fazer para ajudar alguém que não quer ser ajudado.

         Desfiro socos repetidos no maldito saco de areia aumentando ainda mais a  força. Dobro os joelhos e dou um impulso pra chutar enquanto dou ao meu braço alguns segundos de descanso mesmo não querendo parar de bater no objeto de treinamento. E em menos de um segundo eu voltei a desferir golpes com os meus punhos.

                 - Calma aí! - escuto a voz do meu sócio atrás de mim mas não me viro e nem paro oque estou fazendo - Oque esse saco te fez? - inquiri com divertimento na voz

                  - Ele não...- divago sem ar pois não parei os movimentos - fez nada. - termino dando um soco com toda força que consigo para depois segurar o objeto para que parasse de mexer 

                  - Já passou da hora de fechar - ele avisa me fazendo desviar os olhos para o relógio de parede que marca um pouco mais de dez horas - Esperei porque parecia que você precisava de um pouco mais de tempo - diz daquela forma empática

Incompatível (MC ABISMO Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora