Bati a porta da sala de interrogatório e sai irritada, enraivecida, puta pra caralho. Deixei o local e segui o caminho até as mesas, ódio e incredulidade correndo em minhas veias como a merda de um ácido corrosivo. Como será possível que alguém seja tão burro assim?
Ramiro realmente prefere ser preso a entregar os seus cúmplices, e eu não consigo entender onde ele pensa que chegará com isso, ele precisa confessar e isso não é negociável. Se ao menos dissesse qualquer coisa poderia coloca-lo na proteção a testemunhas enquanto realizava algum serviço comunitário rídiculo.
Mas se não disser nada, acabará na cadeias por mínimo oito anos, oito fodidos anos preso como a porra de um animal enjaulado. A prisão é um lugar pior do que muita gente imagina, o tratamento serve para mexer psicologicamente com a cabeça do detento fazendo-o pensar que é só um pedaço de merda sem importância. Isso sem contar todas as mortes que acontecem lá dentro todos os dias. Não, ele definitivamente não pode ir pra lá. No entanto, eu não posso fazer nada sem uma confissão.
Estou tão cega de raiva que sou pega desprevenida quando alguém esbarra em mim. Tento me equilibrar e colo os meus pés no chão para não tombar pra trás. Ergo a cabeça pra cima afim de visualizar a pessoa e...a é claro.
- Olhe por onde anda, caralho! - exclamo irritada. Olhando em seus olhos sarcásticos eu posso ver que não foi um acidente
- Está muito agressiva, Parker...- destoa com aquela sua voz grossa e irritante - Me diga... o seu mau humor tem a ver com o seu amigo... - divaga com um sorriso presunçoso - ou alguma outra coisa?
Engulo em seco e desvio o olhar por alguns instantes ou certamente esmurraria esse idiota aqui mesmo na delegacia.
- O que eu sinto ou deixo de sentir não é da sua conta, Martinez. - dito firme. O homem ergue as mãos
- Desculpe não queria te aborrecer - informa com aquele ar de provocação e desrespeito que sempre teve
- Você não tem o poder de me aborrecer, portanto não se preocupe com isso
Tento passar por ele mas o idiota me barra apoiando o braço na parede. Olho para ele me forçando a manter a calma, mas basta ver aquele sorriso dissimulado que tenho vontade de por minhas habilidades de luta em prática.
- A propósito, não consegui falar com você no funeral do Ethan - diz e eu travo o maxilar incomodada - Você estava muito apressada naquele dia...
- E o que você tem haver com isso? - intimo querendo saber aonde aquela conversa iria levar já que Martinez e Ethan nunca foram próximos, deixando de lado a cumplicidade assassina
- Foi realmente uma pena oque aconteceu com ele...- comenta emanando falsidade por todos os lados - Mas não estou surpreso
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Incompatível (MC ABISMO Livro 1)
RomanceRamiro era um homem conhecido por sua racionalidade e lealdade. No entanto, ele escondia um lado obscuro que poucos conheciam. Após perder seus pais em um trágico acidente, Ramiro enfrentou dor e humilhação, mas sobreviveu e se tornou o sargento de...