Prólogo

500 30 57
                                    

       "Sinto  o  ar  me  faltar, minha  respiração se  torna pesada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    "Sinto o ar me faltar, minha respiração se torna pesada. Estávamos voltando do parque de diversões, eu finalmente tinha conseguido a altura mínima pra andar na montanha-russa. O papai estava cansado do trabalho mas como era o meu aniversário de dez anos, ele se esforçou pra que eu ficasse feliz.

    Varri o lugar com os olhos, a procura da minha mãe. Sempre que eu caia ou me machucava, ela vinha e me abraçava, até que eu parasse de chorar, sempre repetindo:

   "Vai passar"
   "Você não tá sozinho"


  No entanto a dona daquele abraço não estava acordada, não conseguia ver seu rosto, porque ela está no banco do carona ao lado do meu...

      - Ramiro!

    Como isso foi acontecer - questiono a mim mesmo

  Eu só queria me divertir com meus pais, no meu aniversário.
E agora...

      - Filho? - ouço a voz do meu pai em meio a todo aquele caos - Consegue me ouvir?

    Me esforço para responder mas minha voz estava presa na garganta. Com muito esforço retomo meus sentidos e olho para o lado. Só então consigo observar atenta-mente seu rosto, tomado por cortes.

  Ele deve ter se arrastado para fora do carro para vir até mim, eu nem percebi isso.

    - O papai vai te tirar daí - avisa com uma voz dolosa

   Apenas assenti, porque não conseguia dizer nada

   Ele tira o meu cinto de segurança com um pouco de dificuldade, quando solta eu bato a minha cabeça no teto do carro pois ele está de cabeça para baixo. O seu esforço para me tirar de lá era nítido, por mais que estivesse ferido também.

   Gemo de dor ao sentir minhas pernas serem cortadas pelo vidro quebrado da janela. Uma vez fora meu pai varreu o meu corpo a procura de algum ferimento letal mas não encontrou.

     - A ambulância já está vindo - diz, me colocando sentado no meio fio

    - E...- Divago entre soluços - E a mamãe?

   O olhar do meu pai se torna triste, noto o resquício de lágrimas não derramadas ali. Ele retira o seu casaco e o coloca em mim.

   - Eu quero ver ela! - peço ao notar seu silêncio
  
   - Filho...

    Sem dar tempo para que protele mais, me levanto e corro até o lado do carro em que minha mãe estava. Ouço a voz do meu pai logo atrás de mim enquanto corro pela estrada esburacada.

Incompatível (MC ABISMO Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora