Ramiro era um homem conhecido por sua racionalidade e lealdade. No entanto, ele escondia um lado obscuro que poucos conheciam. Após perder seus pais em um trágico acidente, Ramiro enfrentou dor e humilhação, mas sobreviveu e se tornou o sargento de...
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São quase três semanas presa nesse maldito lugar. O sentimento de estar aqui é horrível, a maioria das pessoas são grossas e agressivas, nada é feito sem esperar algo em troca.
Nenhuma dessas pessoas gostam de policiais. Em todos esses dias não houve sequer uma detenta que me tratou com gentileza. Tive que dormir no chão, se recusaram a me dar comida, então um dia tentaram me agredir, eu me impus e revidei, somente assim recebi um pouco de respeito, ou melhor, de medo.
Na ocasião eu acordei mais cedo para tomar um banho e quando sai do chuveiro dei de cara com uma mulher, se chama Hilda, mas seu apelido é Big Woman, provavelmente pelo seu peso. Ela tem pele clara, tatuagens por todo o corpo, o cabelo preto sempre preso em um coque e me importunou desde que cheguei. Eu não conseguia entender o motivo de sua implicância, só sei que nesse dia, ela me pegou saindo do banho e me tacou no chão. Fiquei assustada, mais a raiva tomou conta de mim e eu a ataquei. No final de tudo, acabei com o cotovelo roxo e ela ficou com um hematoma no rosto e duas costelas quebradas. Mas é claro que a minha atitude não ficou em pune e eu passei cinco dias na solitária. Aqueles foram os piores dias de toda a minha vida. Apenas eu, sozinha, com paredes cinzas de concreto em volta.
Me senti prestes a enlouquecer. No entanto, aquilo me permitiu pensar um pouco, já que fui obrigada a passar muito tempo comigo mesma. Me lembrei que, nas últimas semanas, tudo ocorreu tão rápido que nem tive tempo de organizar a minha vida, e agora que estou presa, não acho que tenha hora melhor para fazer isso.
Com toda aquela loucura acontecendo. Primeiro foi a morte do Ethan, depois os problemas com o Ramiro e então logo em seguida eu fui presa. Não tive tempo pra respirar. Tinha tanto pra fazer lá fora que nem sabia por onde começar, tinha uma multa para pagar até o próximo mês e se não conseguisse ficaria aqui mais dois anos, não tenho todo esse dinheiro. Minha academia estava lá, e eu nem sabia se o Nickolas estava ciente da minha prisão.
Minha cabeça estava martelando com todos os assuntos inacabados. Por isso quando sai da solitária, procurei logo o telefone. Só tinha uma hora de ligação. Digitei o numero do celular de Nick pedindo a Deus para que ele atenda mesmo que seja uma ligação vinda da penitenciaria de Atlanta, no mínimo ele ficaria desconfiado.
- Alô? - ele atente no terceiro toque me fazendo respirar aliviada - Quem é que está falando? - procura saber parecendo desconfiado
- Nickolas, sou eu Pietra! - me apresso antes que ele desligue
- Caralho! - exclama surpreso - é você mesma?
Sorrio, feliz de ouvir um som familiar
- Sim, sou eu.
- Estava sem notícia de você a semanas e o seu celular só dava desligado - desabafa de uma vez - Oque aconteceu com você?
