Capítulo 8

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ALFONSO

Paro meu carro na entrada da garagem de cascalho de conchas de Anahí e salto do veículo assobiando. Era um belo dia. A umidade havia diminuído um pouco, deixando a costa da Flórida desfrutar do céu azul e da brisa do oceano.

O melhor de tudo, eu tinha um quebra-cabeça novinho em folha para resolver.

E ela ficaria muito triste em me ver.

Com as mãos nos bolsos, caminho pela passarela sinuosa até a porta da frente. Poderia entrar direto novamente, mas já escandalizei Anahí o suficiente ontem.

Aperto a campainha com um dedo e dou as costas à porta para admirar a vizinhança.

Arena y Sol Village era um enclave fechado exclusivo que, de acordo com minha pesquisa, o meu belo quebra-cabeça havia desenvolvido com três de suas amigas. Seis anos atrás, esses 2.500 hectares eram pouco mais do que uma confusão pantanosa de lixo e vegetação alta.

Agora, era o lar de algumas das residentes mais ricas e ecléticas que Miami tinha a oferecer.

Elas haviam construído algo incrível aqui. Mansões à beira-mar escondidas atrás de um paisagismo exuberante. Caminhos para carrinhos de golfe e ciclovias. Construções luxuosas. Uma marina isolada e uma pista de pouso particular. Até mesmo uma vila colorida de boutiques e restaurantes exclusivos.

Era impressionante. Ela era impressionante.

A porta se abre e a segurança da noite anterior me olha com desconfiança. Catherine Chandler. Filha única de pais euro-asiáticos. Ela foi fuzileiro naval ativa por vários anos antes de se dedicar à consultoria de segurança e assistência pessoal.

— Você voltou — ela afirma, baixando o olhar para a minha virilha.

— Receio que vim totalmente vestido desta vez — digo, oferecendo meu sorriso mais encantador.

— Ela ficará decepcionada — Cath prevê.

— Que eu esteja de volta ou de calça? — brinco. O humor era uma das minhas melhores armas. Eu era bem charmoso e engraçado quando as circunstâncias exigiam.

Os lábios da Cath séria se curvaram como se estivessem considerando um sorriso.

— Estamos nos preparando para irmos ao escritório — ela diz.

Passo em volta dela, esfregando as palmas das mãos.

— Bem na hora. Estou aqui para levá-las.

— Oh, ela realmente não vai gostar disso — Catherine cantarola baixinho.

Ela me segue até o saguão de dois andares. Escadas de cada lado subiam até o segundo piso e um mezanino que dava para o vestíbulo e a sala de estar, ou como quer que os extremamente ricos chamavam.

Minhas contas bancárias não eram, de forma alguma, anêmicas. Mas este era outro nível... Contudo, não achei a casa fria ou luxuosa demais. Havia um par de tênis de corrida ao lado da porta, jornais e uma embalagem de bala na mesa de entrada. Eles estavam próximos a um requintado arranjo de orquídeas. Mas os detalhes sugeriam que havia um humano em algum lugar debaixo das camadas de Anahí Portilla.

— Chefe? O motorista chegou — Cath chama.

— Tudo o que posso dizer é que se esse dia for tão ruim quanto ontem, vou vender tudo e comprar uma casinha em uma ilha. — Anahí aparece com os sapatos de salto alto em uma das mãos. Ela estava vestida como se fosse ao clube almoçar com as amigas. Uma saia e uma jaqueta de linho rosa claro. Uma madame indo almoçar.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora