Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]

Capítulo 16

"Das drogas às cicatrizes: a história dos bastidores da herdeira Anahí Portilla"

"Novo tratamento de cicatrizes revolucionário em desenvolvimento na Perfectie"

"Profissionais apostam nas perspectivas de reabilitação da bilionária"

ANAHÍ

— Escutem, meninas. Se ficarmos focadas e não deixarmos nenhuma dessas pessoas nos atrapalhar, podemos sair de lá em apenas quarenta minutos — Isabela diz com um otimismo incomum.

Estamos no terraço dela, nos preparando para a assembleia trimestral da prefeitura do bairro Arena y Sol. Alguém poderia pensar que um enclave de vizinhos ricos estaria ocupado demais para participar de uma assembleia comunitária chata. Mas não. Não em Arena y Sol Village. Nós acidentalmente construímos uma comunidade de esquisitões excêntricos e adoráveis que investiam tanto na comunidade quanto em suas fundadoras.

Era encantador, até fofo.

Mas esta noite, eu só queria rastejar para a minha cama, assistir a algo imprestável e fingir que era um ser humano normal.

Estou tão – mas tão – cansada.

Foram duas semanas com Alfonso me levando de aparições públicas a entrevistas e sessões de fotos. Duas semanas espremendo horas de trabalho tarde da noite em casa. Duas semanas tentando não pensar no beijo... e na ereção.

As coisas pareciam mais fora de controle do que no dia que se seguiu à minha quase prisão. Houve uma boa divulgação, mas não o suficiente para salvar o Titanic Anahí.

Eu me sentia exausta de uma forma que era totalmente nova para mim.

Precisava dormir. E de comida caseira. E de férias.

— Vamos falar como o cara das Micro Máquinas. — A sugestão de Kris me tira da minha festinha de autocomiseração interna.

— Pré-jogo? — sugiro, indo fundo por algo um pouco semelhante a energia. Muitas vezes me perguntava como a realeza fazia isso, apresentando-se em suas aparições públicas quando estavam desconfortavelmente grávidas ou oscilando à beira da exaustão.

Seja uma duquesa, droga, digo a mim mesma.

— Pré-jogo — Isa concorda. Ela trouxe uma garrafa de vodca francesa orgânica. — Para os paladares veganos esnobes.

— Uh! Orgânico — Tahani diz, sacando o celular para capturar as fotos.

Já fomos para assembleias sem álcool em nossos corpos. E elas eram muito mais dolorosas sóbrias.

— Para a assembleia mais rápida da história de Arena y Sol Village — Kris brinca.

— Um brinde!

Brindamos as taças de vidro com aros dourados nas bordas e bebemos a vodca.

— Mais um? — Kris murmura.

Eu concordo.

— Mais um brinde e Anahí pode nos contar tudo sobre ser perseguida pelo homem mais sexy do mundo — Isa sugere, com um sorriso mercenário.

Depois de ignorar seus interrogatórios velados por duas semanas seguidas, eu sabia que isso aconteceria. Não estarei prestes a confessar que beijei o homem poucas horas depois de conhecê-lo. Nem mencionaria nossa luta no ringue que terminou comigo quase tendo um orgasmo só com algumas investidas por cima das roupas.

Existiam algumas fantasias obscuras e safadas que deveriam permanecer particulares.

— Eu prefiro esquecer que ele e seu propósito na minha vida existem por uma noite — digo, indicando minha taça para que Isa a enchesse.