ALFONSO
A personalidade pública que Anahí usou na apresentação poderia ser um pouco mais relaxada, mas o discurso correu bem. A audiência foi calorosamente educada e ninguém exigiu que ela respondesse perguntas sobre a quase prisão. Considerei isso meio que um ponto positivo.
Quando terminasse de quebrar o seu adorável exterior casca dura, tinha a sensação de que o mundo se apaixonaria pela senhorita Anahí Portilla.
Eu só tinha que descobrir onde ela escondia exatamente a sua humanidade.
Enquanto duzentas de mulheres comiam suas saladas Ceasar, puxei Anahí para fora da porta lateral do salão onde Cath nos esperava no meu carro.
Deslizo para o banco de trás com ela e alcanço um pacote no banco da frente. Os dedos de Cath tamborilam no volante no compasso de uma salsa sensual de uma playlist que ela sincronizou com meu veículo.
— Prefere o frango com molho de coentro e limão ou a salada de atum? — Ofereço os dois recipientes a Anahí.
Ela pisca.
— Oh. Ah. Vou querer o frango.
— Ele perguntou quais eram os seus favoritos. Só para você não achar que ele tem o pauzão, é lindo e ainda por cima vidente — Cath diz, descendo a rua estreita.
Um sorriso aparece nos lábios rosados de Anahí.
— Então, como foi? —Catherine pergunta.
— Recebi aplausos de pena. — Anahí suspira, o sorriso evaporando.
— Melhor do que uma bota na cara — Cath diz com alegria.
— Você se saiu muito bem — asseguro a Anahí. — Demora um pouco para reconquistar a confiança. Este foi apenas um passo de bebê na direção certa. Próximo evento na agenda... — digo, tirando meus óculos de leitura do bolso e folheando o calendário do meu telefone.
— O laboratório — Anahí anuncia com a boca cheia de comida. Ela parecia um pouco mais animada e eu estava curioso para saber se era a comida ou a expectativa da ida ao laboratório.
— Me conte mais — imploro, removendo meus óculos e guardando meu telefone.
Ela larga o garfo cuidadosamente no recipiente.
— Há dezoito meses, descobrimos um fenômeno interessante envolvendo a barreira de umidade da pele com cicatrizes — ela começa, e era como se o Sol a tivesse iluminado por dentro. — Me pare se eu for muito técnica.
Cath sorri maliciosamente no banco do motorista e pisa fundo nos freios quando um homem idoso com um andador saiu do meio de dois carros estacionados na rua.
— Não te resta muito tempo! Fique na calçada! — Cath grita pela janela aberta.
— A barreira da umidade é o que mantém as células da nossa pele unidas — Anahí continua, imune aos problemas de tráfego. — Como cola ou argamassa. Mas o que vimos no tecido cicatrizado é que a própria barreira de umidade foi danificada. Então, começamos a experimentar maneiras de revigorá-la. Agora, no presente, temos o que acredito ser uma nova maneira de tratar e, essencialmente, curar cicatrizes.
— Isso é importante — observo.
Ela me presenteia com um sorriso, e não um daqueles moderados e adequados. Este foi um sorriso que iluminou o seu belo rosto. Uau. Era um coro de anjos que eu estava ouvindo?
— É — ela concorda. — Estamos testando essas bio bandagens em três voluntários. Um é um atleta que fez uma cirurgia do ligamento cruzado anterior há um ano. Outra é uma jovem de vinte e poucos anos com cicatrizes severas de acne no rosto. E a última é uma sobrevivente de violência doméstica. Suas cicatrizes são particularmente desafiadoras.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]
RomanceAnahí Portilla é uma mulher madura, independente e generosa que criou um império. CEO bilionária, [e uma nerd em química], ela tenta manter sua vida [e a dos outros ao seu redor], como a sua empresa receita: Perfeita. "O tipo de mulher que te quer...