Capítulo 13

138 12 6
                                    

ALFONSO

A personalidade pública que Anahí usou na apresentação poderia ser um pouco mais relaxada, mas o discurso correu bem. A audiência foi calorosamente educada e ninguém exigiu que ela respondesse perguntas sobre a quase prisão. Considerei isso meio que um ponto positivo.

Quando terminasse de quebrar o seu adorável exterior casca dura, tinha a sensação de que o mundo se apaixonaria pela senhorita Anahí Portilla.

Eu só tinha que descobrir onde ela escondia exatamente a sua humanidade.

Enquanto duzentas de mulheres comiam suas saladas Ceasar, puxei Anahí para fora da porta lateral do salão onde Cath nos esperava no meu carro.

Deslizo para o banco de trás com ela e alcanço um pacote no banco da frente. Os dedos de Cath tamborilam no volante no compasso de uma salsa sensual de uma playlist que ela sincronizou com meu veículo.

— Prefere o frango com molho de coentro e limão ou a salada de atum? — Ofereço os dois recipientes a Anahí.

Ela pisca.

— Oh. Ah. Vou querer o frango.

— Ele perguntou quais eram os seus favoritos. Só para você não achar que ele tem o pauzão, é lindo e ainda por cima vidente — Cath diz, descendo a rua estreita.

Um sorriso aparece nos lábios rosados de Anahí.

— Então, como foi? —Catherine pergunta.

— Recebi aplausos de pena. — Anahí suspira, o sorriso evaporando.

— Melhor do que uma bota na cara — Cath diz com alegria.

— Você se saiu muito bem — asseguro a Anahí. — Demora um pouco para reconquistar a confiança. Este foi apenas um passo de bebê na direção certa. Próximo evento na agenda... — digo, tirando meus óculos de leitura do bolso e folheando o calendário do meu telefone.

— O laboratório — Anahí anuncia com a boca cheia de comida. Ela parecia um pouco mais animada e eu estava curioso para saber se era a comida ou a expectativa da ida ao laboratório.

— Me conte mais — imploro, removendo meus óculos e guardando meu telefone.

Ela larga o garfo cuidadosamente no recipiente.

— Há dezoito meses, descobrimos um fenômeno interessante envolvendo a barreira de umidade da pele com cicatrizes — ela começa, e era como se o Sol a tivesse iluminado por dentro. — Me pare se eu for muito técnica.

Cath sorri maliciosamente no banco do motorista e pisa fundo nos freios quando um homem idoso com um andador saiu do meio de dois carros estacionados na rua.

— Não te resta muito tempo! Fique na calçada! — Cath grita pela janela aberta.

— A barreira da umidade é o que mantém as células da nossa pele unidas — Anahí continua, imune aos problemas de tráfego. — Como cola ou argamassa. Mas o que vimos no tecido cicatrizado é que a própria barreira de umidade foi danificada. Então, começamos a experimentar maneiras de revigorá-la. Agora, no presente, temos o que acredito ser uma nova maneira de tratar e, essencialmente, curar cicatrizes.

— Isso é importante — observo.

Ela me presenteia com um sorriso, e não um daqueles moderados e adequados. Este foi um sorriso que iluminou o seu belo rosto. Uau. Era um coro de anjos que eu estava ouvindo?

— É — ela concorda. — Estamos testando essas bio bandagens em três voluntários. Um é um atleta que fez uma cirurgia do ligamento cruzado anterior há um ano. Outra é uma jovem de vinte e poucos anos com cicatrizes severas de acne no rosto. E a última é uma sobrevivente de violência doméstica. Suas cicatrizes são particularmente desafiadoras.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora