ANAHÍ
— Para onde está me levando? — pergunto, bocejando no banco do passageiro enquanto puxo o elástico do meu cabelo. A empolgação de mais de uma dúzia de garotas pré-adolescentes combinada com realizações científicas fez a minha adrenalina despencar agora.
Eu precisava de café antes mesmo de pensar em encarar a minha lista de tarefas do domingo à noite. O trabalho de uma CEO nunca acabava. Algumas pessoas conseguiam construir seus impérios, depois passar as rédeas e ir a um campo de golfe.
Eu não era uma dessas pessoas.
Alfonso havia vencido o breve, mas divertido round de luta livre pelas chaves do Porsche. Eu não tinha resistido muito. Odiava admitir, mas ainda não estava operando em capacidade máxima. Mesmo cansada, esse era o preço que pagava pelo que conquistei.
O trabalho não se fazia sozinho.
— Jantar — ele diz, pegando minha mão e levando-a aos lábios.
Salsa, descontroladamente romântica, tocava nos alto-falantes do carro. Este momento, com o sol se pondo no céu de primavera, a brisa de Miami bagunçando meu corte de cabelo muito ousado e o atraente Alfonso Herrera dirigindo o conversível que comprei com os meus esforços, é a perfeição.
— Jantar parece maravilhoso. — Suspiro.
— Será. Meu padrasto está fazendo churrasco.
Demorou alguns segundos para as palavras serem absorvidas.
— Não. Absolutamente não — insisto, sentando-me ereta. Escolho aquele momento para perceber que hoje era a primeira vez que ia no banco do passageiro.
— Conheci sua família — ele ressalta.
— Isso foi trabalho. Não um jantar familiar aconchegante!
— Não há nada de aconchegante nele. Tenho um irmão e duas irmãs, meios-irmãos e cerca de trinta sobrinhos — ele diz em tom de conversa.
— Alfonso, não pode me apresentar para a sua família. — Fico horrorizada.
— Por que não?
Por que não? Havia uma grande quantidade de razões. Eu era sua cliente, não sua namorada. Em segundo lugar, para o público, eu era a vadia rica que se livrava de acusações de posse de drogas. E para completar a tríade perfeita do porquê eu não deveria conhecer seus pais: nós acabamos de transar.
Transamos. Não houve conversas sobre onde isso daria nem sobre quais seriam os resultados esperados. Aqui, nesse carro, tivemos um sexo glorioso e agora eu deveria apertar a mão da mãe do homem? Eu provavelmente ainda cheirava vagamente ao seu filho nu.
— Quer dizer, por que está fazendo isso? — Tento esmagar os nervos que, de repente, eletrizavam o meu intestino. Oh, Deus, eu tinha um estoque emergencial de Imodium nesta bolsa?
— Acho que você vai achar a minha família mais relaxante do que algumas da sua situação social — ele diz. Alfonso foi educado demais para mencionar o fato de que minha família era como um encontro de final de reality show, onde invariavelmente alguém acabava levando um soco na boca.
— Não estou arrumada para "conhecer novas pessoas" — argumento.
— Isso não é uma oportunidade para fotos nem qualquer outra coisa que não seja uma boa refeição em uma companhia interessante — ele promete.
Esfrego as mãos no rosto, desejando ter feito mais do que um esforço mínimo na minha maquiagem desta manhã. Claro, esta manhã eu só estava pensando no brunch e no laboratório. Não em conhecer os pais de Alfonso Herrera.
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Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]
RomanceAnahí Portilla é uma mulher madura, independente e generosa que criou um império. CEO bilionária, [e uma nerd em química], ela tenta manter sua vida [e a dos outros ao seu redor], como a sua empresa receita: Perfeita. "O tipo de mulher que te quer...